quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O que é o parto humanizado

Na verdade não há um consenso sobre o que é parto humanizado e há muito preconceito também, especialmente entre profissionais que se recusam a sair do modelo "eu faço partos há 20 anos, não é você quem vai me ensinar". Entre essa categoria mais engessada, a fala em geral é: "se eu não faço parto humanizado, eu faço o que? parto de bicho?". Em uma coisa eles têm razão, esse nome não diz nada!

O que faz diferença na assistência humanizada verdadeira é a atitude de todos. Por isso, se o seu profissional prioriza o conjunto te preceitos enumeradas abaixo, ele é um profissional humanizado, dentro desse conceito de humanização.

Vamos a eles! O Parto Humanizado é:

1) Respeito aos tempos da mãe e do bebê. Qualquer aceleração do processo, quer indução, aumento artificial das contrações ou agendamento de cesariana precisa de uma forte justificativa clínica. Não faz sentido marcar a cesariana porque a mãe está pesada, e entender isso como "protagonismo feminino". Existem várias possibilidades de ajuda para uma mãe cansada, e que não desrespeitam o tempo do bebê.

2) Respeito ao protagonismo feminino. É importante mudar o olhar e compreender que o parto é da mulher e que ela tem direito a escolhas e total liberdade. Esse é talvez o maior desafio dos profissionais e dos serviços. A cada vez que alguém se dirige à mãe e se diz o que ela deve fazer, já houve um desrespeito a esse protagonismo. Um exemplo básico, se a mãe chega na triagem e alguém diz: "por favor, mãezinha, a senhora vai ali naquele banheiro, tira toda a roupa e coloca essa camisolinha voltada para trás".. BANG! Matou o protagonismo! Essa talvez é a maior mudança de mentalidade necessária e a origem de todas as outras mudanças.

3) Compartilhamento de responsabilidades. O médico não proíbe, não aconselha, não manda. O médico ou a parteira ou qualquer outra pessoa da equipe mostra sempre as opções e a mulher escolhe o que ela quer para ela. Mesmo quando parece não haver opção, há opção. E já que não existem garantias mesmo, o melhor é ser claro, mostrar riscos e benefícios e permitir que a mulher sinta que está sendo co-responsável por suas escolhas. Por exemplo: "Sim, você pode tomar analgesia, mas existe um pequeno risco disso repercutir para o bebê, ou você pode tentar ficar mais um pouco na banheira, ficar lá com o seu marido e ver se consegue aguentar mais um pouquinho. Quem sabe possamos reavaliar daqui a 1 hora e já vai estar bem mais perto de nascer?"

4) Uso das melhores evidências. Depois de 30 anos de evidências contra o uso rotineiro de episiotomia, não cabe afirmar que a episiotomia protege a mulher. Hoje em dia existem claras evidências de que o melhor é deixar o parto acontecer naturalmente, sem qualquer tipo de intervenção, no ambiente mais simples possível, com equipes igualmente simplificadas.

5) Levando tudo isso em consideração, apesar de que uma ou outra mulher possa precisar de analgesia, ou de rompimento artificial da bolsa das águas, ou um pouquinho de ocitocina em algum momento, a imensa maioria das mulheres de baixo risco terá, dentro desses princípios todos, um parto:

- De início espontâneo, sem indução
- Sem precisar subir em cadeira de rodas ou macas até a sala de parto
- Sem precisar usar uniformes específicos
- Em um ambiente simples, sala agradável (chamadas de PPP), com mobília adequada, com banheira e chuveiro disponíveis, luz baixa, música a gosto e total privacidade
- Atendido por uma obstetriz, enfermeira obstetra e/ou médico
- Sem o uso de ocitocina durante todo o trabalho de parto
- Sem raspagem dos pelos pubianos e/ou a abjeta lavagem intestinal
- Com liberdade de alimentação e ingestão de líquidos
- Sem o uso de cardiotocografia contínua, tendo o coração do bebê avaliado intermitentemente com um sonar simples, a intervalos regulares de tempo
- Com apoio contínuo do(s) acompanhante(s) e de uma doula particular
- Com o uso de métodos não farmacológicos para dor
- Com o uso de analgesia se necessário, depois de informada dos riscos e benefícios
- Sem ruptura artificial da bolsa das águas
- Com absoluta liberdade de movimentos para a mãe durante todo o processo, inclusive durante o período expulsivo
- Encorajamento das posições verticalizadas
- Sem episiotomia, sem empurrar a barriga, sem dedos nervosos na vagina da mulher, sem prender a respiração para fazer força comprida, sem fórceps, sem vácuo-extrator para acelerar um processo em que mãe e bebê estão bem
- Sem limites arbitrários de tempo para o parto e para o período expulsivo, porque o bebê "ainda está alto", por exemplo
- Com o bebê sendo colocado imediatamente no colo da mãe com o cordão ainda ligado, mantido intacto pelo menos até parar de pulsar, e com amamentação a mais precoce possível
- Sem aspiração das vias aéreas do recém nascido, separação da mãe, colírio e identificação só após a primeira mamada, vitamina e vacina só depois de algumas horas e após tempo para o vínculo mãe-bebê
- Com o uso de alojamento conjunto desde a sala de parto até o final da estadia

6) O uso de uma intervenção (ou mais, se necessário) não tira o aspecto humanizado do parto. Desde que seja necessária no contexto e de que seja dada a escolha para a mãe, desde que seja, portanto, utilizada em caráter de exceção. E no final, até mesmo uma cesariana pode ser necessária, e ainda assim é perfeitamente possível ser calmo, falar baixo, respeitar mãe e bebê sem falar de outros assuntos, baixar a luz, aquecer o ambiente, e obedecer aos três últimos princípios, que ocorrem depois do nascimento.

Em suma, o parto humanizado é um parto o mais natural possível, com o menor número de intervenções que for possível para aquela dupla mãe-bebê e onde cada intervenção só seja utilizada quando os seus riscos forem menores do que o risco de não utilizá-la; onde os tempos, os interesses e a liberdade da mãe e do bebê sejam os principais motivadores de todos os envolvidos; e o melhor: tudo baseado em evidências científicas e nas recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Por Ana Cristina Duarte Obstetriz


Foto Erica de Paula, parto natural na água, bebê pesou 4670g.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que é "Doula"

O que significa "doula"




A palavra "doula" vem do grego "mulher que serve". Nos dias de hoje, aplica-se às mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto.

Antigamente a parturiente era acompanhada durante todo o parto por mulheres mais experientes, suas mães, as irmãs mais velhas, vizinhas, geralmente mulheres que já tinham filhos e já haviam passado por aquilo. Depois do parto, durante as primeiras semanas de vida do bebê, estavam sempre na casa da mulher parida, cuidando dos afazeres domésticos, cozinhando, ajudando a cuidar das outras crianças.

Conforme o parto foi passando para a esfera médica e nossas famílias foram ficando cada vez menores, fomos perdendo o contato com as mulheres mais experientes. Dentro de hospitais e maternidades, a assistência passou para as mãos de uma equipe especializada: o médico obstetra, a enfermeira obstétrica, a auxiliar de enfermagem, o pediatra. Cada um com sua função bastante definida no cenário do parto.

O médico está ocupado com os aspectos técnicos do parto. As enfermeiras obstetras passam de leito em leito, se ocupando hora de uma, hora de outra mulher. As auxiliares de enfermeira cuidam para que nada falte ao médico e à enfermeira obstetra. O pediatra cuida do bebê. Apesar de toda a especialização, ficou uma lacuna: quem cuida especificamente do bem estar físico e emocional daquela mãe que está dando à luz? Essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula ou acompanhante do parto.

O ambiente impessoal dos hospitais, a presença de grande número de pessoas desconhecidas em um momento tão íntimo da mulher, tende a fazer aumentar o medo, a dor e a ansiedade. Essas horas são de imensa importância emocional e afetiva, e a doula se encarregará de suprir essa demanda por emoção e afeto, que não cabe a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.

O que a doula faz?

Antes do parto a ela orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.

Durante o parto a doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento num dos momentos mais vulneráveis de sua vida. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc..

Após o parto ela faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.

A doula e o pai ou acompanhante

A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio. Não sabe necessariamente que tipo de carinho ou massagem a mulher está precisando nessa ou naquela fase do trabalho de parto.

Eventualmente o pai sente-se embaraçado ao demonstrar suas emoções, com medo que isso atrapalhe sua companheira. A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.

O que a doula não faz?

A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.

Vantagens

As pesquisas têm mostrado que a atuação da doula no parto pode:

* diminuir em 50% as taxas de cesárea
* diminuir em 20% a duração do trabalho de parto
* diminuir em 60% os pedidos de anestesia
* diminuir em 40% o uso da oxitocina
* diminuir em 40% o uso de forceps.

Embora esses números refiram-se a pesquisas no exterior, é muito provável que os números aqui sejam tão favoráveis quanto os acima mostrados.

Fonte:
Doulas.com.br

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

SOS amamentação

Dúvidas? Problemas? Dificuldades? Uma especialista em aleitamento materno responde de forma simples e objetiva dez questões frequentes sobre o assunto. Saiba em que situações é preciso buscar ajuda profissional e onde encontrar apoio.

Por Luciana Benatti

Você, mãe que amamenta, às vezes se sente perdida, sem saber que conselho seguir? Ao menor sinal de dificuldade, vê todos a sua volta (incluindo o pediatra) acenando com uma mamadeira? Tem receio de que o seu leite não seja suficiente para alimentar o seu filho? Pois saiba que você não é a única a passar por isso. “Existe um problema com relação à amamentação, que é a divulgação de orientações divergentes e pouco fundamentadas. Às vezes a mulher fica muito perdida mesmo”, afirma a enfermeira obstetra Márcia Koiffman. E cita um exemplo bem comum: “Ainda tem gente que orienta as mães a não deixarem o bebê mais do que dez minutos em cada peito porque vai machucar. E já sabemos que não é assim: você deve esvaziar bem uma mama antes de passar para a outra, dessa forma o bebê mama não apenas o leite anterior – aquele do início, mais rico em fatores de proteção, mas também o posterior, mais calórico.”

Infelizmente, apesar de conhecermos há anos os benefícios do aleitamento materno e sabermos de cor as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a única solução oferecida às mães com dificuldades muitas vezes é a mamadeira. E isso acontece até mesmo nos consultórios dos pediatras, que deveriam ser os primeiros a ajudar (leia os depoimentos de duas mães que passaram por isso).

“Muitos profissionais têm boa vontade, mas estão desatualizados. Outros realmente não têm a habilidade e a paciência necessárias para cuidar de uma mulher que está com dificuldade de amamentação. Ela precisa de um suporte muito intenso. Nem sempre o problema vai se resolver em uma consulta, em uma única conversa”, explica Márcia, que além de acompanhar partos domiciliares também é especialista em oferecer suporte à amamentação. “Às vezes o profissional quer resolver o problema rapidamente e opta pelo caminho mais curto, que é prescrever a fórmula.” A seguir, Márcia esclarece dez dúvidas frequentes das mães.

1. Como se preparar para a amamentação?

O melhor preparo é a informação. Na gravidez, a tendência da maioria das mulheres é pensar muito no parto e deixar um pouco de lado o pós-parto. É preciso pensar um pouquinho em como vai ser depois que o nenê nascer. Planejar coisas básicas mesmo: quem vai fazer comida, quem vai ajudar nas tarefas da casa, se o marido vai tirar férias ou não. Essa rede de apoio é importante para que a mãe possa estar realmente disponível para o bebê. Porque a amamentação demanda muito! Mesmo um bebê tranquilo, que mama e dorme, impõe um ritmo ao qual a mulher não está acostumada. O sono fica interrompido, o cansaço é muito forte e sobra pouco tempo para cuidar de outras coisas.

Em termos de preparo físico, há pouca coisa a ser feita. Na verdade, existem mais coisas que não se deve fazer. Por exemplo, ao hidratar o corpo, deve-se evitar a região da aréola e do mamilo. Outra coisa a ser evitada é esfregar com buchinha, passar toalha. Existe um mito de que essas coisas fortalecem a pele do mamilo prevenindo rachaduras, fissuras. Na verdade, podem causar uma lesão no mamilo. Uma recomendação que ajuda a fortalecer a pele, mas é difícil em São Paulo, é tomar o solzinho da manhã e do final da tarde direto no mamilo. Mas o que realmente previne fissuras é a pega correta do bebê.

2. O que é a descida do leite? Quando acontece? Todas as mulheres sentem?

A descida do leite, também chamada apojadura, é um processo desencadeado por mudanças hormonais do corpo da mãe com o nascimento do bebê. Ela acontece em torno de 72 horas após o parto, seja normal ou cesárea. Esse tempo é variável, pode acontecer um pouquinho antes ou ser mais tardia. Em algumas mulheres chega a demorar até uma semana. Mais do que a via de parto, um fator que influencia nesse tempo é o estímulo do bebê sugando o colostro: quanto mais cedo o bebê for para o peito e mamar – e quanto mais tempo ficar com a mãe –, maior é o estímulo. Com isso, a tendência é que a descida do leite aconteça num intervalo menor.

Na maternidade, é importante que o bebê fique em alojamento conjunto, ou seja, o tempo todo junto com a mãe. Isso evita aquele desencontro muito comum: quando o bebê fica com fome, está no berçário e dão alguma coisa para ele tomar, como soro com glicose ou fórmula. Depois, quando vem para a mãe, o bebê está dormindo. E não estimula.

É bastante comum a mulher sentir a descida do leite: o peito fica muito cheio, duro, ingurgitado, quente, às vezes ela tem até uma febrezinha. Para algumas é um processo muito intenso. Para outras, mais suave. Algumas nem percebem.

3. Como saber se o leite está sendo suficiente para o bebê?


Existem duas medidas muito objetivas – praticamente as únicas 100% confiáveis – de que o nenê está mamando: o ganho de peso e a quantidade de xixi que ele faz. Outros critérios são mais subjetivos. Por exemplo, o fato de chorar muito não necessariamente significa que o nenê não mamou bem ou que está com fome. Para ter certeza, é preciso fazer a pesagem. E, no intervalo das pesagens, observar a quantidade de xixi – não de cocô. Isso depois que o leite desceu, não na fase do colostro. Um bebê que está mamando bem molha mais ou menos seis fraldas em 24 horas.

4. Quais os problemas mais comuns nos primeiros dias e como resolver?

Fissura, ingurgitamento e a queixa da mãe de que ela tem pouco leite. A fissura é uma lesão no mamilo que se forma muito rápido, incomoda bastante, mas também cicatriza muito rápido. É resolvida com a correção da pega, pois a formação de uma fissura significa que o nenê em algum momento mamou errado. O ingurgitamento, que é o leite empedrado, é mais comum na fase da descida do leite, mas pode acontecer ao longo da amamentação, quando, por exemplo, um bebê que mama muito de repente resolve dormir quatro horas seguidas, e o peito enche demais. Isso se resolve com massagem e ordenha (tirar o leite, esvaziando a mama). A ordenha deve ser feita até o ponto em que você se sente confortável. Se for além disso, vai estimular a produção de leite e piorar o problema. Importante: ir para o chuveiro quente é a pior coisa que uma mulher nessa situação pode fazer. Oferece um alívio momentâneo, mas tem um efeito de vasodilatação que piora o problema umas horas depois. Por isso, é preciso evitar a tentação de usar o calor em situações de ingurgitamento. A questão do pouco leite é mais complexa de resolver. Se o bebê faz pouco xixi, o ideal é consultar um profissional especialista em amamentação. Vale ter sempre em mente que a produção de leite depende da demanda, seja do bebê ou da ordenha. Muitas mulheres têm a sensação que, se esvaziarem muito o peito, vai faltar leite para o bebê. Mas não é assim: quanto mais acontece esse processo de peito esvaziado, mais o corpo entende que tem que produzir. Ao contrário, leite parado no peito é um sinal para o corpo diminuir a produção.

Por isso, uma orientação para as mulheres com essa queixa é estimular a produção com mamadas mais frequentes ou mesmo com ordenhas, além de beber muita água para garantir a hidratação e, na medida do possível, descansar. Aí entra novamente aquela questão do apoio, de quem vai ajudar. A mulher precisa estar bem alimentada e descansada para produzir o leite.

5. Caso seja preciso complementar as mamadas com fórmula, como oferecer o leite ao bebê?

O ideal é não usar a mamadeira. Se a mulher consultou um profissional, está com uma diminuição na produção, e o bebê vai precisar de um complemento, o melhor é a translactação. É uma técnica de complementação na qual a mulher oferece o leite, que pode ser o seu próprio ou a fórmula, por meio de uma sonda fininha presa no peito. O bebê vai lá e suga. A vantagem é evitar a confusão de bicos para o bebê e ao mesmo tempo estimular a produção porque ele continua sugando o peito. Mas nem sempre o uso dessa técnica é possível: se o bebê está com dificuldade de pega, a translactação não resolve. É preciso primeiro corrigir isso. Uma alternativa é oferecer o leite no copinho. Às vezes não dá para usar um, mas dá para usar outro. O importante é, na medida do possível, evitar recorrer à mamadeira, que pode favorecer o desmame precoce.

6. Minha licença é de quatro meses, mas quero continuar amamentando exclusivamente até os seis meses. O que fazer?

É muito possível amamentar na volta ao trabalho, mas é preciso se organizar. E a forma como você vai fazer depende da estrutura da empresa. Se o seu local de trabalho conta com uma creche, você poderá sair para amamentar durante a jornada nos horários previstos por lei: duas pausas de 30 minutos. Na prática, isso é um pouco complicado: só funciona mesmo se houver creche no local.

Outra possibilidade é tirar o leite no horário de trabalho e guardá-lo para o bebê. Para isso, é preciso ter disciplina. O ideal é que, numa jornada de oito horas, sejam feitas três ordenhas: uma de manhã, uma na hora do almoço e uma no meio da tarde. O mais comum é as mulheres abrirem mão das duas pausas a que têm direito – a maioria não amamenta durante a jornada, porque o bebê não está perto – em troca de sair mais cedo. O problema disso é ficar muito tempo com o leite parado, sem estimular a produção. Mesmo que essa mulher chegue em casa mais cedo e dê o peito, isso não será suficiente para manter a produção. Com o tempo, a quantidade de leite vai diminuir.

Mesmo que você decida parar de amamentar na volta ao trabalho, é preciso cuidar disso também. Se está amamentando exclusivamente em livre demanda e parar de uma hora para a outra, sem se preocupar em fazer a ordenha, você não vai nem conseguir trabalhar direito com o incômodo.

Seja qual for a sua escolha – continuar ou parar – o ideal é usar as duas pausas diárias para fazer a ordenha. Algumas empresas mantêm uma sala de amamentação, alugam bombas de tirar leite, orientam, fornecem kits com os frascos para guardar leite. Caso não seja esse o seu caso, você precisará encontrar um lugar onde fique confortável. Só não pode ser o banheiro.

7. Como tirar e guardar o meu leite para dar ao bebê?


A ordenha pode ser feita manualmente ou com a bomba, como você se sentir melhor. Veja no site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano como fazer a ordenha manual. O leite deve ser guardado refrigerado – o ideal é no freezer. Caso faça isso no trabalho, providencie um recipiente refrigerado para levá-lo para a casa. Se não houver outro local em seu trabalho que não seja o banheiro, você pode ordenhar e jogar o leite fora, como forma de manter a produção. E continuar amamentando seu filho de manhã e à noite. Uma coisa importante: quando estiver com o bebê, dê sempre o peito: de manhã antes de sair, à noite quando chegar e no final de semana.

É muito comum nessa fase que o bebê sinta falta da mãe e comece a demandar mais mamadas quando estão juntos. Às vezes, durante à noite. Um bebê que não acordava mais, passa a acordar porque está se adaptando à ausência da mãe e compensando. Nessa fase, é preciso ter um pouquinho de paciência, não desanimar, porque isso dura pouco. Logo ele se adapta e fica tudo bem.

8. Vale a pena doar leite? Quem pode ser doadora? O que é feito com o leite doado?


Sempre vale a pena! O leite dos bancos de leite vai prioritariamente para os bebês em UTI neonatal, que estão muito debilitados e precisam muito. Nem toda mãe de bebê internado em UTI mantém uma boa produção de leite e consegue amamentar. Por isso, tem sempre uma defasagem.

Caso você produza um volume de leite maior do que a necessidade do bebê, não é difícil ser uma doadora. Como os bancos de leite estão sempre precisando, eles facilitam a vida da mãe que quer doar. É preciso entrar em contato com o banco de leite, apresentar alguns exames – às vezes os do pré-natal já são suficientes – e seguir as orientações.

A ordenha para doação é um pouco mais rigorosa do que a que a mãe faz para guardar leite para o próprio filho. Mas não há motivo para preocupação, pois todo o leite que chega no banco de leite é pasteurizado e testado. Para encontrar o banco de leite mais próximo da sua casa, veja a listagem completa no site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.

9. Qual a hora certa de iniciar o desmame?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda seis meses de amamentação exclusiva – sem água nem chá – e a amamentação complementar por dois anos ou mais. A amamentação exclusiva nem se discute mais: é uma coisa que já está bem estabelecida, sabemos que o nenê não precisa de mais nada nessa fase, mesmo nos dias de muito calor, quando basta oferecer mais o peito. E isso resolve.

Assim, pode-se dizer que o desmame começa em torno dos seis meses do bebê. Mas a amamentação continua! Alguns têm necessidade de adiantar um pouquinho, outros podem continuar mamando exclusivamente por até oito meses, sem problema. Ou seja, existe um período em torno dos seis meses em que o nenê começa a comer outras coisas. Introduzir alimentos muito cedo aumenta o risco de alergia. É preciso ter em mente que esse é um processo lento, que acontece de forma gradual, até que uma refeição substitua uma mamada. É preciso muita paciência…

Depois disso, por quanto tempo manter a amamentação? Vai depender muito da dupla mãe-bebê. A recomendação da OMS é por dois anos ou mais. Mas existem questões culturais envolvidas e é preciso considerar a rotina da mãe. Mas uma informação importante é que o leite materno tem uma característica muito bonita que é a de se transformar ao longo da vida do bebê: conforme ele vai crescendo, a constituição vai mudando para suprir as necessidades de uma criança maior. Depois do primeiro ano de vida, por exemplo, o teor de vitamina C do leite materno cresce muito. Duas mamadas de 200 ml por dia suprem praticamente 90% da necessidade de vitamina C. Isso é uma informação importante porque muita gente pensa que depois do primeiro ano de vida o leite materno sustenta pouco, que uma criança maior não vai se beneficiar dele. Mas vai! Com essa informação, cada um decide o que fazer. Mas que tem benefícios, isso tem!

10. Estou com dificuldade para amamentar. Onde posso conseguir ajuda?


Os bancos de leite têm a função de ajudar na amamentação, mesmo que você não seja uma doadora. Você também pode procurar orientação em grupos de apoio à amamentação, grupos de mães mais experientes que ajudam outras mães a amamentar. Existem ainda profissionais especializados, que podem ser enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros, que possuem formação específica para atuar como consultores em amamentação.

Casa Moara (SP)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Exercícios para aliviar a dor do último trimestre e preparar o corpo para o parto

Curta o barrigão com menos desconforto e treine seus músculos para a hora do nascimento do seu filho

O último trimestre da gravidez é um misto de ansiedade e curtição. Você já está ansiosa para ter seu filho nos seus braços, enquanto curte os últimos dias com o barrigão e cada movimento do bebê. Mas, entre um chute aqui e outro ali, pode surgir desconfortos causado pelo peso extra. Por isso, é importante fazer alongamentos e exercícios, que preparam seu corpo para o momento do parto.
Segundo a fisioterapeuta Vanessa Marques, durante a gravidez é importante eleger uma atividade física que não exija demais do corpo, além de se alongar e trabalhar a consciência corporal. Essa última recomendação vale especialmente para a região abdominal e pélvica, que você precisará controlar durante o trabalho de parto. A fisioterapeuta Maria Valéria Corrêa e Castro Campomori, professora da PUC-Campinas, dá a dica: “Uma vez fortalecidos, os músculos se relaxam mais facilmente e, além disso, voltam mais rápido ao normal no pós-parto”. Não esqueça de consultar o seu médico antes de começar qualquer exercício.

Para aliviar o desconforto

Inchaço: Faça movimentos circulares com os pés e as mãos. Assim você ativa a musculatura da perna e do braço, o que ajuda na circulação sanguínea e diminui a retenção de líquido. Também evite passar muito tempo na mesma posição, seja em pé ou sentada - e uma vez por dia coloque os pés para cima, com as pernas esticadas por alguns minutos.

Dor nas costas: Se você trabalha ou passa muito tempo sentada, garanta que está com a postura adequada: coluna ereta, joelho com ângulo de 90º e apoio para os pés. Em casa, para alongar, deite de costas sobre uma superfície acolchoada e traga o joelho em direção à barriga. Outra posição é sentar-se de joelhos, apoiar o bumbum nos calcanhares e esticar os braços para frente até onde a barriga permitir. Depois, espreguice-se esticando as mãos para o alto e pendendo o corpo para um lado e, depois, para o outro. Não se esqueça de soltar o ar a cada movimento.

Sola dos pés: Por conta do peso extra, você pode ficar com o pé chato. Para evitar esse problema, exercite os músculos tentando pegar uma bolinha com os dedos ou enrugando um tapete. Andar na praia, com água até o joelho, também ajuda!

Preparando o corpo para a hora H


Assoalho pélvico: O movimento que você precisa fazer é semelhante ao de segurar o xixi. Para perceber qual músculo você precisa trabalhar, experimente fazer isso com a bexiga cheia. Depois é só repetir o movimento com a bexiga vazia – porque grávida nenhuma merece ficar segurando o xixi de verdade!

Respiração: Ter uma boa capacidade respiratória é importante para o parto normal. Para treinar o fôlego, você pode usar uma faixa elástica, segurando cada ponta em uma mão, girando o tronco para o lado. Na ida, puxe o ar, e na volta, solte.

Coxa e quadril: Para alongar essa região, você pode fazer borboletinha com as pernas ou sentar com as costas encostadas na parede e abrir a perna em V o quanto conseguir. Esses alongamentos ajudam a suportar a posição em que você ficará durante o parto.

Força para os primeiros dias

Nada mais gostoso do que carregar seu bebê. E você vai querer ficar com ele no colo por muito tempo olhando para o seu rostinho. Por isso, é preciso ter força! Para preparar os membros superiores, pegue um pesinho (que pode ser uma garrafa de água de um litro), deixe os braços rente ao corpo e flexione-os, levando o pulso voltado para cima em direção ao peito. Faça duas séries de 12 vezes.

Depois da chegada do bebê, muitas mulheres sentem dor na região cervical, por causa da amamentação. Para diminui-la, movimente o ombro, girando para trás, e alongue o pescoço, inclinando-o para as laterais.

Fontes: Maria Valéria Corrêa e Castro Campomori (professora da PUC-Campinas) e Vanessa Marques (fisioterapeuta)

domingo, 19 de agosto de 2012

Parto Natural: Uma opção saudável


O parto natural é uma forma da mulher conhecer seu corpo e sentir como, mesmo em tempos modernos, é possível ter uma experiência única e gratificante no momento do nascimento do seu filho. Escolher um parto natural não significa abrir mão da tecnologia disponível atualmente, mas sim utilizá-la de modo criterioso para que não aumente os riscos para a mãe e para o bebê.

Para as mulheres que fazem essa opção, ter um parto natural significa propiciar para o seu bebê um nascimento com menos riscos, acolhedor, diretamente do ventre para o colo, sem luzes fortes e manipulações desnecessárias.

A grande maioria das mulheres é capaz de dar à luz sem intervenções, isto é, sem a interferência de medicamentos, anestesia ou cortes na região perineal, conhecida tecnicamente como episiotomia. No entanto, ter um parto natural no Brasil não tem sido uma tarefa fácil. Nosso país ocupa o primeiro lugar no ranking de cesarianas do mundo. Em muitos hospitais particulares as taxas desse procedimento atingem valores superiores a 90% dos casos!

Nesse contexto, ainda temos outro agravante. Os poucos partos normais realizados são feitos em sua maioria com muitas intervenções, ou seja, não são partos naturais que respeitam a fisiologia do nascimento.

As práticas intervencionistas no parto normal começaram há muitos anos quando os médicos assumiram o lugar da parteira na assistência ao nascimento. A posição vertical para o parto foi substituída pela posição ginecológica (deitada com as pernas presas em apoios). O corte no períneo (episiotomia) para a ampliação do canal de parto passou a ser realizado indiscriminadamente e sem nenhum questionamento. Atualmente, as evidências científicas demonstram que esse procedimento, além de não trazer nenhum benefício para o corpo da mulher, pode provocar sequelas graves. Ainda assim, muitos profissionais que atendem partos continuam realizando a episiotomia em todas as mulheres que acompanham. Outra intervenção muito comum no parto normal é a aplicação do soro para aumentar as contrações (ocitocina), que além de provocar dores muito mais fortes do que as das contrações naturais, pode trazer vários riscos para a mãe e o bebê.

Em relação aos bebês, a grande maioria é separada da mãe e acaba passando por vários procedimentos que interferem negativamente no primeiro contato, fundamental para a formação do vínculo mãe e bebê e muito importante para o sucesso da amamentação. No parto natural, sempre que possível o bebê nasce e é colocado imediatamente no colo de sua mãe.

Mas se o parto natural é a opção mais saudável para a mãe e o bebê, porque ele ainda continua sendo uma grande exceção no Brasil?

São muitos fatores que influenciam esta situação. Alguns deles são a falta de experiência e habilidades dos profissionais em acompanhar esse tipo de parto, a imprevisibilidade do parto (o nascimento pode acontecer a qualquer hora do dia ou da noite e pode durar muitas horas), a falta de informação de muitas mulheres brasileiras sobre os riscos reais da cesariana e das intervenções no parto normal, a falta de informação sobre os benefícios do parto normal e principalmente, o medo da dor!

O que muitas mulheres não sabem é que a dor no parto natural tem um outro significado. Ela não pode ser comparada a nenhuma outra dor, pois está associada a um momento de alegria, de prazer, de muita emoção. Durante todo o trabalho de parto, os hormônios liberados contribuem para que haja um relaxamento e uma preparação do corpo da mulher para receber seu bebê. O nascimento é um momento de grande êxtase, onde a mulher sente um poder imensurável e a grande satisfação de trazer seu filho ao mundo de maneira ativa e saudável. A natureza em toda sua sabedoria criou mecanismos para que a dor das contrações seja suplantada pelo prazer do nascimento. Mulheres que tiveram um parto natural assistido, em um ambiente acolhedor, com profissionais que sabem respeitar a fisiologia do nascimento são unânimes em relatar: passariam por tudo novamente. Ainda acrescentam: “parir vicia” e sentem uma saudade muito grande desse momento!

Ainda em relação à dor, é muito importante lembrar que, além da grande ajuda da natureza, os profissionais que atendem partos naturais se valem de muitas técnicas para o alívio da dor, como suporte contínuo, massagens e o uso da água.

Dar à luz naturalmente é uma experiência única, cada contração no parto anuncia a proximidade do nascimento e, portanto, não é uma dor e sim uma alegria, um fortalecimento de ser mulher e de sentir o próprio corpo como algo sublime. A dor física e emocional de uma cesariana ou de um parto normal cheio de intervenções é, para muitas mulheres, muito maior que a dor no parto natural.

Como no Brasil o parto com cesariana é a forma mais comum de nascer, preparar-se para o momento do parto é muito importante para que o casal possa fazer escolhas conscientes para planejar o nascimento do seu filho, como o local do parto e a equipe que irá acompanhá-los, além de receber informações importantes sobre o trabalho de parto e os cuidados com o recém-nascido.

Márcia Koiffman e Priscila Colacioppo, enfermeiras obstetras e idealizadoras do Primaluz – Parteiras Contemporâneas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Fases do Parto

Saiba mais sobre o ritmo natural do trabalho de parto e aprenda a identificar cada uma de suas etapas, das primeiras contrações à saída da placenta. Conheça também as medidas de conforto e alívio da dor sugeridas para cada fase.

Por Luciana Benatti

Cada mulher é única. E cada parto, ainda que de uma mesma mulher, é também uma experiência singular. São vários os fatores que influenciam o trabalho de parto: a posição do bebê, a saúde e o histórico médico da mulher, suas expectativas e sentimentos com relação ao parto, as pessoas que estarão à sua volta para lhe dar suporte emocional, a equipe de assistência e até mesmo o lugar onde o parto vai acontecer.

Com tantas variáveis em jogo – algumas bem objetivas, outras nem tanto –, é impossível prever como será o seu trabalho de parto: há uma gama enorme de possibilidades, todas dentro da normalidade. Vale lembrar que estamos falando aqui do parto natural, fisiológico.

Para ajudá-la a conhecer melhor esse processo, descrevemos as fases do trabalho de parto, como são as contrações, como você poderá se sentir e o que pode fazer para ficar mais confortável.

Pródromos (pré-parto)
Podem durar dias ou semanas. A duração e a intensidade das contrações varia bastante. Você pode perder o tampão mucoso e sentir dores nas costas. Para algumas mulheres, os “sintomas” dessa fase são quase imperceptíveis. Para outras, causam dificuldade para dormir ou descansar.
Medidas de conforto: Um banho quente pode ajudar a relaxar. Se as contrações pararem quando você sair do chuveiro é sinal de que eram mesmo pródromos, ou seja, que ainda não é para valer. Procure descansar.

Fase latente
Pode durar de poucas horas até um ou mais dias. As contrações são em geral curtas (30 a 60 segundos) e relativamente espaçadas. De maneira geral, ainda é possível conviver bem com elas. Nessa fase, muitas mulheres também eliminam o tampão mucoso (às vezes com um pouco de sangue) e sentem dores nas costas. É comum ter de ir várias vezes ao banheiro para evacuar.
Medidas de conforto: É provável que você passe essa fase do trabalho de parto em casa, pois ainda é cedo para ir ao hospital. A companhia do marido, de uma amiga próxima ou de uma doula vai ajudá-la a se sentir mais segura, assim como manter contato por telefone com o seu médico ou parteira. Segure a ansiedade e procure dormir e se alimentar normalmente. Banhos de chuveiro e massagens ajudam a lidar com a dor das contrações.

Fase ativa
As contrações, mais regulares, duram um minuto ou mais. Você provavelmente não conseguirá se movimentar ou pensar em outra coisa durante uma contração. As dores na região lombar e/ou no baixo ventre se intensificam.
Medidas de conforto: É a hora de de preparar para ir para o hospital, caso tenha sido essa a sua opção. Massagens na região lombar serão bem-vindas, assim como frequentes mudanças de posição. Se você tiver uma banheira à disposição, não hesite em experimentar. Acredite, a imersão em água quente é um poderoso método natural de alívio da dor.

Transição
As contrações ocorrem a cada dois ou três minutos e duram de 60 a 90 segundos, ou seja, os intervalos entre elas são curtos. É um período muito intenso – talvez seja o mais intenso – de todo o trabalho de parto, física e emocionalmente. Em geral, é nessa hora que começamos a desconfiar da nossa capacidade de aguentar firme até o final. Você poderá se sentir inquieta, irritada, exausta. Tremedeira, náusea e vômito são comuns nessa fase, que vai até a dilatação total do colo do útero (10 cm).
Medidas de conforto: É muito provável que a esta altura você já esteja pensando em tomar anestesia. Medidas de conforto que até aqui ajudavam, como músicas relaxantes, massagens, palavras de incentivo ou mesmo um carinho do marido, podem se tornar absolutamente irritantes. A boa notícia é que a essa fase é mais curta do trabalho de parto e, ao final dela, seu bebê estará bem próximo de chegar. Procure se lembrar disso.

Expulsivo
Costuma durar desde algumas contrações até cerca de três horas. Você terá contrações fortes a cada três minutos. A dor diminui e é possível descansar entre as contrações. Você também poderá ficar mais lúcida e ativa. Conforme o bebê for descendo pelo canal de parto, sentirá uma pressão cada vez maior na vagina e no reto, junto com uma vontade incontrolável de fazer força. Quando a cabeça do bebê coroar, sentirá o “círculo de fogo”, ardor que acontece com distensão máxima do períneo.
Medidas de conforto: Muitas mulheres relatam nessa fase se sentir “sem posição”. Procure testar várias até achar a sua, ou seja, a que deixar você mais confortável para lidar com os puxos, aquela vontade incontrolável de fazer força. Entre um e outro, procure respirar e descansar. Você pode até dormir nos intervalos!

Expulsão da placenta
Acontece, em média, de 5 a 30 minutos depois do nascimento do bebê. As contrações são bem mais leves e espaçadas. O médico ou a parteira podem ter de massagear o útero para reduzir o sangramento, o que pode ser bem doloroso.

Recuperação
Dura cerca de uma ou duas horas num parto natural (sem intervenções médicas), não prolongado, nem difícil. Caso contrário, pode durar mais. Conforme o bebê sugar o seio, você poderá sentir cólicas: é o útero se contraindo para diminuir o sangramento e voltar ao tamanho normal. Nos primeiros dias, o sangramento é mais abundante do que o menstrual. Depois, vai diminuindo de intensidade e poderá durar de duas a quatro semanas após o parto, são os lóquios.

Fontes: Our Bodies, Ourselves – Pregnancy and Birth, The Boston Women’s Health Book Collecive; Márcia Koiffman, enfermeira obstetra.

sábado, 28 de julho de 2012

Convocação à MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO


Convidamos aos cidadãos e cidadãs e instituições a participarem e apoiarem a MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO.

A MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO acontecerá em diversas localidades do país.
Em Floripa, acontecerá no dia 05/08/2012, com concentração às 14 horas na Pracinha da Lagoa da Conceição.

As bandeiras da MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO são:

- Que a Mulher tenha o direito de escolher como , com quem e onde deve parir;

- Pelo cumprimento da Lei 11.108, de abril de 2005. Que a mulher tenha preservado o direito ao acompanhante que ela desejar na sala de Parto;

- Que a mulher possa ter o direito de acompanhamento de uma Doula em seu trabalho de parto e parto;

- Que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência hospitalar durante o Trabalho de Parto;

- Que a mulher tenha o direito de se movimentar livremente para encontrar as posições mais apropriadas e confortáveis durante seu trabalho de parto e parto;

- Que a mulher possa ter acesso a métodos naturais de alívio de dor durante o trabalho de parto, que consistem em: massagens, banho quente, compressa, etc;

- Contra a Violência Obstétrica e intervenções desnecessárias que consistem em: comentários agressivos, direcionamento de puxos, exames de toque, episiotomia, litotomia, etc;

- Pela fiscalização das altas taxas de cesáreas nas maternidades brasileiras e que as ações cabíveis sejam tomadas no sentido de reduzir essas taxas;

- Pela Humanização da Assistência aos Recém-Nascidos, contra as intervenções de rotina;

- Que a mulher que optar pelo parto domiciliar tenha direito ao acompanhamento pediátrico caso deseje ou seja necessário.

Todas as nossas bandeiras são respaldadas por evidências científicas e recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), Ministério da Saúde entre outras.

Chegou a hora de darmos um basta à mercantilização do parto e nascimento, não somos rebanho, não somos mercadoria, somos Humanos e temos o direito de receber nossos filhos cercados de amor, paz e, primordialmente, RESPEITO!

terça-feira, 3 de julho de 2012

LAURA GUTMAN NO BRASIL - EU VOU!

Pela primeira vez no Brasil, Laura Gutman estará em Florianópolis dia 01/09 e em São Paulo dia 02/09 para o seminário "O poder do discurso materno".
É autora de livros como "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", "Crianza, violencias invisibles y adicciones" e "La revolución de las madres", que exploram o universo da maternidade, os vínculos familiares e as dinâmicas violentas aos quais os seres humanos estão submetidos.
Desde 1996, formou mais de 300 educadores, médicos e profissionais em geral, objetivando construir uma nova visão acerca do problema da violência social e oferecer ferramentas concretas para assumir, com maios consciência, o trabalho que compete a cada um de nós na criação de um mundo menos violento e mais humano.
O seminário terá duração de 4 horas e é dirigido a mães, pais, professores, educadores, psicólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, profissionais da saúde, profissionais das ciências humanas e todos aqueles que desejam contribuir para um mundo mais amável.

Mais informações em www.lauragutmannobrasil.blogspot.com.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Preparação para a chegada do bebê

Doulas podem melhorar seriamente sua gravidez e parto. Por favor, contrate uma doula antes de parir!!!
Efeitos Colaterais: Você pode ter uma experiência de parto melhor. Você pode experienciar uma grande sensação de empoderamento. Você pode ter menos intervenções e um menor risco de cesárea.
Lembrando que as Doulas não executam nenhum procedimento técnico, mas estudos mostraram que sua simples presença ao lado da parturiente, oferecendo apoio, incentivo e preciosas massagens para aliviar a dor, é suficiente para diminuir as intervenções e as cesáreas.






Fotos: Vicky Rodrigues
Local: Live Fit Pilates
Gestante: Jeniffer
Doula: Michelle