quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que é "Doula"

O que significa "doula"




A palavra "doula" vem do grego "mulher que serve". Nos dias de hoje, aplica-se às mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto.

Antigamente a parturiente era acompanhada durante todo o parto por mulheres mais experientes, suas mães, as irmãs mais velhas, vizinhas, geralmente mulheres que já tinham filhos e já haviam passado por aquilo. Depois do parto, durante as primeiras semanas de vida do bebê, estavam sempre na casa da mulher parida, cuidando dos afazeres domésticos, cozinhando, ajudando a cuidar das outras crianças.

Conforme o parto foi passando para a esfera médica e nossas famílias foram ficando cada vez menores, fomos perdendo o contato com as mulheres mais experientes. Dentro de hospitais e maternidades, a assistência passou para as mãos de uma equipe especializada: o médico obstetra, a enfermeira obstétrica, a auxiliar de enfermagem, o pediatra. Cada um com sua função bastante definida no cenário do parto.

O médico está ocupado com os aspectos técnicos do parto. As enfermeiras obstetras passam de leito em leito, se ocupando hora de uma, hora de outra mulher. As auxiliares de enfermeira cuidam para que nada falte ao médico e à enfermeira obstetra. O pediatra cuida do bebê. Apesar de toda a especialização, ficou uma lacuna: quem cuida especificamente do bem estar físico e emocional daquela mãe que está dando à luz? Essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula ou acompanhante do parto.

O ambiente impessoal dos hospitais, a presença de grande número de pessoas desconhecidas em um momento tão íntimo da mulher, tende a fazer aumentar o medo, a dor e a ansiedade. Essas horas são de imensa importância emocional e afetiva, e a doula se encarregará de suprir essa demanda por emoção e afeto, que não cabe a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.

O que a doula faz?

Antes do parto a ela orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.

Durante o parto a doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento num dos momentos mais vulneráveis de sua vida. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc..

Após o parto ela faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.

A doula e o pai ou acompanhante

A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio. Não sabe necessariamente que tipo de carinho ou massagem a mulher está precisando nessa ou naquela fase do trabalho de parto.

Eventualmente o pai sente-se embaraçado ao demonstrar suas emoções, com medo que isso atrapalhe sua companheira. A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.

O que a doula não faz?

A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.

Vantagens

As pesquisas têm mostrado que a atuação da doula no parto pode:

* diminuir em 50% as taxas de cesárea
* diminuir em 20% a duração do trabalho de parto
* diminuir em 60% os pedidos de anestesia
* diminuir em 40% o uso da oxitocina
* diminuir em 40% o uso de forceps.

Embora esses números refiram-se a pesquisas no exterior, é muito provável que os números aqui sejam tão favoráveis quanto os acima mostrados.

Fonte:
Doulas.com.br

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

SOS amamentação

Dúvidas? Problemas? Dificuldades? Uma especialista em aleitamento materno responde de forma simples e objetiva dez questões frequentes sobre o assunto. Saiba em que situações é preciso buscar ajuda profissional e onde encontrar apoio.

Por Luciana Benatti

Você, mãe que amamenta, às vezes se sente perdida, sem saber que conselho seguir? Ao menor sinal de dificuldade, vê todos a sua volta (incluindo o pediatra) acenando com uma mamadeira? Tem receio de que o seu leite não seja suficiente para alimentar o seu filho? Pois saiba que você não é a única a passar por isso. “Existe um problema com relação à amamentação, que é a divulgação de orientações divergentes e pouco fundamentadas. Às vezes a mulher fica muito perdida mesmo”, afirma a enfermeira obstetra Márcia Koiffman. E cita um exemplo bem comum: “Ainda tem gente que orienta as mães a não deixarem o bebê mais do que dez minutos em cada peito porque vai machucar. E já sabemos que não é assim: você deve esvaziar bem uma mama antes de passar para a outra, dessa forma o bebê mama não apenas o leite anterior – aquele do início, mais rico em fatores de proteção, mas também o posterior, mais calórico.”

Infelizmente, apesar de conhecermos há anos os benefícios do aleitamento materno e sabermos de cor as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a única solução oferecida às mães com dificuldades muitas vezes é a mamadeira. E isso acontece até mesmo nos consultórios dos pediatras, que deveriam ser os primeiros a ajudar (leia os depoimentos de duas mães que passaram por isso).

“Muitos profissionais têm boa vontade, mas estão desatualizados. Outros realmente não têm a habilidade e a paciência necessárias para cuidar de uma mulher que está com dificuldade de amamentação. Ela precisa de um suporte muito intenso. Nem sempre o problema vai se resolver em uma consulta, em uma única conversa”, explica Márcia, que além de acompanhar partos domiciliares também é especialista em oferecer suporte à amamentação. “Às vezes o profissional quer resolver o problema rapidamente e opta pelo caminho mais curto, que é prescrever a fórmula.” A seguir, Márcia esclarece dez dúvidas frequentes das mães.

1. Como se preparar para a amamentação?

O melhor preparo é a informação. Na gravidez, a tendência da maioria das mulheres é pensar muito no parto e deixar um pouco de lado o pós-parto. É preciso pensar um pouquinho em como vai ser depois que o nenê nascer. Planejar coisas básicas mesmo: quem vai fazer comida, quem vai ajudar nas tarefas da casa, se o marido vai tirar férias ou não. Essa rede de apoio é importante para que a mãe possa estar realmente disponível para o bebê. Porque a amamentação demanda muito! Mesmo um bebê tranquilo, que mama e dorme, impõe um ritmo ao qual a mulher não está acostumada. O sono fica interrompido, o cansaço é muito forte e sobra pouco tempo para cuidar de outras coisas.

Em termos de preparo físico, há pouca coisa a ser feita. Na verdade, existem mais coisas que não se deve fazer. Por exemplo, ao hidratar o corpo, deve-se evitar a região da aréola e do mamilo. Outra coisa a ser evitada é esfregar com buchinha, passar toalha. Existe um mito de que essas coisas fortalecem a pele do mamilo prevenindo rachaduras, fissuras. Na verdade, podem causar uma lesão no mamilo. Uma recomendação que ajuda a fortalecer a pele, mas é difícil em São Paulo, é tomar o solzinho da manhã e do final da tarde direto no mamilo. Mas o que realmente previne fissuras é a pega correta do bebê.

2. O que é a descida do leite? Quando acontece? Todas as mulheres sentem?

A descida do leite, também chamada apojadura, é um processo desencadeado por mudanças hormonais do corpo da mãe com o nascimento do bebê. Ela acontece em torno de 72 horas após o parto, seja normal ou cesárea. Esse tempo é variável, pode acontecer um pouquinho antes ou ser mais tardia. Em algumas mulheres chega a demorar até uma semana. Mais do que a via de parto, um fator que influencia nesse tempo é o estímulo do bebê sugando o colostro: quanto mais cedo o bebê for para o peito e mamar – e quanto mais tempo ficar com a mãe –, maior é o estímulo. Com isso, a tendência é que a descida do leite aconteça num intervalo menor.

Na maternidade, é importante que o bebê fique em alojamento conjunto, ou seja, o tempo todo junto com a mãe. Isso evita aquele desencontro muito comum: quando o bebê fica com fome, está no berçário e dão alguma coisa para ele tomar, como soro com glicose ou fórmula. Depois, quando vem para a mãe, o bebê está dormindo. E não estimula.

É bastante comum a mulher sentir a descida do leite: o peito fica muito cheio, duro, ingurgitado, quente, às vezes ela tem até uma febrezinha. Para algumas é um processo muito intenso. Para outras, mais suave. Algumas nem percebem.

3. Como saber se o leite está sendo suficiente para o bebê?


Existem duas medidas muito objetivas – praticamente as únicas 100% confiáveis – de que o nenê está mamando: o ganho de peso e a quantidade de xixi que ele faz. Outros critérios são mais subjetivos. Por exemplo, o fato de chorar muito não necessariamente significa que o nenê não mamou bem ou que está com fome. Para ter certeza, é preciso fazer a pesagem. E, no intervalo das pesagens, observar a quantidade de xixi – não de cocô. Isso depois que o leite desceu, não na fase do colostro. Um bebê que está mamando bem molha mais ou menos seis fraldas em 24 horas.

4. Quais os problemas mais comuns nos primeiros dias e como resolver?

Fissura, ingurgitamento e a queixa da mãe de que ela tem pouco leite. A fissura é uma lesão no mamilo que se forma muito rápido, incomoda bastante, mas também cicatriza muito rápido. É resolvida com a correção da pega, pois a formação de uma fissura significa que o nenê em algum momento mamou errado. O ingurgitamento, que é o leite empedrado, é mais comum na fase da descida do leite, mas pode acontecer ao longo da amamentação, quando, por exemplo, um bebê que mama muito de repente resolve dormir quatro horas seguidas, e o peito enche demais. Isso se resolve com massagem e ordenha (tirar o leite, esvaziando a mama). A ordenha deve ser feita até o ponto em que você se sente confortável. Se for além disso, vai estimular a produção de leite e piorar o problema. Importante: ir para o chuveiro quente é a pior coisa que uma mulher nessa situação pode fazer. Oferece um alívio momentâneo, mas tem um efeito de vasodilatação que piora o problema umas horas depois. Por isso, é preciso evitar a tentação de usar o calor em situações de ingurgitamento. A questão do pouco leite é mais complexa de resolver. Se o bebê faz pouco xixi, o ideal é consultar um profissional especialista em amamentação. Vale ter sempre em mente que a produção de leite depende da demanda, seja do bebê ou da ordenha. Muitas mulheres têm a sensação que, se esvaziarem muito o peito, vai faltar leite para o bebê. Mas não é assim: quanto mais acontece esse processo de peito esvaziado, mais o corpo entende que tem que produzir. Ao contrário, leite parado no peito é um sinal para o corpo diminuir a produção.

Por isso, uma orientação para as mulheres com essa queixa é estimular a produção com mamadas mais frequentes ou mesmo com ordenhas, além de beber muita água para garantir a hidratação e, na medida do possível, descansar. Aí entra novamente aquela questão do apoio, de quem vai ajudar. A mulher precisa estar bem alimentada e descansada para produzir o leite.

5. Caso seja preciso complementar as mamadas com fórmula, como oferecer o leite ao bebê?

O ideal é não usar a mamadeira. Se a mulher consultou um profissional, está com uma diminuição na produção, e o bebê vai precisar de um complemento, o melhor é a translactação. É uma técnica de complementação na qual a mulher oferece o leite, que pode ser o seu próprio ou a fórmula, por meio de uma sonda fininha presa no peito. O bebê vai lá e suga. A vantagem é evitar a confusão de bicos para o bebê e ao mesmo tempo estimular a produção porque ele continua sugando o peito. Mas nem sempre o uso dessa técnica é possível: se o bebê está com dificuldade de pega, a translactação não resolve. É preciso primeiro corrigir isso. Uma alternativa é oferecer o leite no copinho. Às vezes não dá para usar um, mas dá para usar outro. O importante é, na medida do possível, evitar recorrer à mamadeira, que pode favorecer o desmame precoce.

6. Minha licença é de quatro meses, mas quero continuar amamentando exclusivamente até os seis meses. O que fazer?

É muito possível amamentar na volta ao trabalho, mas é preciso se organizar. E a forma como você vai fazer depende da estrutura da empresa. Se o seu local de trabalho conta com uma creche, você poderá sair para amamentar durante a jornada nos horários previstos por lei: duas pausas de 30 minutos. Na prática, isso é um pouco complicado: só funciona mesmo se houver creche no local.

Outra possibilidade é tirar o leite no horário de trabalho e guardá-lo para o bebê. Para isso, é preciso ter disciplina. O ideal é que, numa jornada de oito horas, sejam feitas três ordenhas: uma de manhã, uma na hora do almoço e uma no meio da tarde. O mais comum é as mulheres abrirem mão das duas pausas a que têm direito – a maioria não amamenta durante a jornada, porque o bebê não está perto – em troca de sair mais cedo. O problema disso é ficar muito tempo com o leite parado, sem estimular a produção. Mesmo que essa mulher chegue em casa mais cedo e dê o peito, isso não será suficiente para manter a produção. Com o tempo, a quantidade de leite vai diminuir.

Mesmo que você decida parar de amamentar na volta ao trabalho, é preciso cuidar disso também. Se está amamentando exclusivamente em livre demanda e parar de uma hora para a outra, sem se preocupar em fazer a ordenha, você não vai nem conseguir trabalhar direito com o incômodo.

Seja qual for a sua escolha – continuar ou parar – o ideal é usar as duas pausas diárias para fazer a ordenha. Algumas empresas mantêm uma sala de amamentação, alugam bombas de tirar leite, orientam, fornecem kits com os frascos para guardar leite. Caso não seja esse o seu caso, você precisará encontrar um lugar onde fique confortável. Só não pode ser o banheiro.

7. Como tirar e guardar o meu leite para dar ao bebê?


A ordenha pode ser feita manualmente ou com a bomba, como você se sentir melhor. Veja no site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano como fazer a ordenha manual. O leite deve ser guardado refrigerado – o ideal é no freezer. Caso faça isso no trabalho, providencie um recipiente refrigerado para levá-lo para a casa. Se não houver outro local em seu trabalho que não seja o banheiro, você pode ordenhar e jogar o leite fora, como forma de manter a produção. E continuar amamentando seu filho de manhã e à noite. Uma coisa importante: quando estiver com o bebê, dê sempre o peito: de manhã antes de sair, à noite quando chegar e no final de semana.

É muito comum nessa fase que o bebê sinta falta da mãe e comece a demandar mais mamadas quando estão juntos. Às vezes, durante à noite. Um bebê que não acordava mais, passa a acordar porque está se adaptando à ausência da mãe e compensando. Nessa fase, é preciso ter um pouquinho de paciência, não desanimar, porque isso dura pouco. Logo ele se adapta e fica tudo bem.

8. Vale a pena doar leite? Quem pode ser doadora? O que é feito com o leite doado?


Sempre vale a pena! O leite dos bancos de leite vai prioritariamente para os bebês em UTI neonatal, que estão muito debilitados e precisam muito. Nem toda mãe de bebê internado em UTI mantém uma boa produção de leite e consegue amamentar. Por isso, tem sempre uma defasagem.

Caso você produza um volume de leite maior do que a necessidade do bebê, não é difícil ser uma doadora. Como os bancos de leite estão sempre precisando, eles facilitam a vida da mãe que quer doar. É preciso entrar em contato com o banco de leite, apresentar alguns exames – às vezes os do pré-natal já são suficientes – e seguir as orientações.

A ordenha para doação é um pouco mais rigorosa do que a que a mãe faz para guardar leite para o próprio filho. Mas não há motivo para preocupação, pois todo o leite que chega no banco de leite é pasteurizado e testado. Para encontrar o banco de leite mais próximo da sua casa, veja a listagem completa no site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.

9. Qual a hora certa de iniciar o desmame?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda seis meses de amamentação exclusiva – sem água nem chá – e a amamentação complementar por dois anos ou mais. A amamentação exclusiva nem se discute mais: é uma coisa que já está bem estabelecida, sabemos que o nenê não precisa de mais nada nessa fase, mesmo nos dias de muito calor, quando basta oferecer mais o peito. E isso resolve.

Assim, pode-se dizer que o desmame começa em torno dos seis meses do bebê. Mas a amamentação continua! Alguns têm necessidade de adiantar um pouquinho, outros podem continuar mamando exclusivamente por até oito meses, sem problema. Ou seja, existe um período em torno dos seis meses em que o nenê começa a comer outras coisas. Introduzir alimentos muito cedo aumenta o risco de alergia. É preciso ter em mente que esse é um processo lento, que acontece de forma gradual, até que uma refeição substitua uma mamada. É preciso muita paciência…

Depois disso, por quanto tempo manter a amamentação? Vai depender muito da dupla mãe-bebê. A recomendação da OMS é por dois anos ou mais. Mas existem questões culturais envolvidas e é preciso considerar a rotina da mãe. Mas uma informação importante é que o leite materno tem uma característica muito bonita que é a de se transformar ao longo da vida do bebê: conforme ele vai crescendo, a constituição vai mudando para suprir as necessidades de uma criança maior. Depois do primeiro ano de vida, por exemplo, o teor de vitamina C do leite materno cresce muito. Duas mamadas de 200 ml por dia suprem praticamente 90% da necessidade de vitamina C. Isso é uma informação importante porque muita gente pensa que depois do primeiro ano de vida o leite materno sustenta pouco, que uma criança maior não vai se beneficiar dele. Mas vai! Com essa informação, cada um decide o que fazer. Mas que tem benefícios, isso tem!

10. Estou com dificuldade para amamentar. Onde posso conseguir ajuda?


Os bancos de leite têm a função de ajudar na amamentação, mesmo que você não seja uma doadora. Você também pode procurar orientação em grupos de apoio à amamentação, grupos de mães mais experientes que ajudam outras mães a amamentar. Existem ainda profissionais especializados, que podem ser enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros, que possuem formação específica para atuar como consultores em amamentação.

Casa Moara (SP)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Exercícios para aliviar a dor do último trimestre e preparar o corpo para o parto

Curta o barrigão com menos desconforto e treine seus músculos para a hora do nascimento do seu filho

O último trimestre da gravidez é um misto de ansiedade e curtição. Você já está ansiosa para ter seu filho nos seus braços, enquanto curte os últimos dias com o barrigão e cada movimento do bebê. Mas, entre um chute aqui e outro ali, pode surgir desconfortos causado pelo peso extra. Por isso, é importante fazer alongamentos e exercícios, que preparam seu corpo para o momento do parto.
Segundo a fisioterapeuta Vanessa Marques, durante a gravidez é importante eleger uma atividade física que não exija demais do corpo, além de se alongar e trabalhar a consciência corporal. Essa última recomendação vale especialmente para a região abdominal e pélvica, que você precisará controlar durante o trabalho de parto. A fisioterapeuta Maria Valéria Corrêa e Castro Campomori, professora da PUC-Campinas, dá a dica: “Uma vez fortalecidos, os músculos se relaxam mais facilmente e, além disso, voltam mais rápido ao normal no pós-parto”. Não esqueça de consultar o seu médico antes de começar qualquer exercício.

Para aliviar o desconforto

Inchaço: Faça movimentos circulares com os pés e as mãos. Assim você ativa a musculatura da perna e do braço, o que ajuda na circulação sanguínea e diminui a retenção de líquido. Também evite passar muito tempo na mesma posição, seja em pé ou sentada - e uma vez por dia coloque os pés para cima, com as pernas esticadas por alguns minutos.

Dor nas costas: Se você trabalha ou passa muito tempo sentada, garanta que está com a postura adequada: coluna ereta, joelho com ângulo de 90º e apoio para os pés. Em casa, para alongar, deite de costas sobre uma superfície acolchoada e traga o joelho em direção à barriga. Outra posição é sentar-se de joelhos, apoiar o bumbum nos calcanhares e esticar os braços para frente até onde a barriga permitir. Depois, espreguice-se esticando as mãos para o alto e pendendo o corpo para um lado e, depois, para o outro. Não se esqueça de soltar o ar a cada movimento.

Sola dos pés: Por conta do peso extra, você pode ficar com o pé chato. Para evitar esse problema, exercite os músculos tentando pegar uma bolinha com os dedos ou enrugando um tapete. Andar na praia, com água até o joelho, também ajuda!

Preparando o corpo para a hora H


Assoalho pélvico: O movimento que você precisa fazer é semelhante ao de segurar o xixi. Para perceber qual músculo você precisa trabalhar, experimente fazer isso com a bexiga cheia. Depois é só repetir o movimento com a bexiga vazia – porque grávida nenhuma merece ficar segurando o xixi de verdade!

Respiração: Ter uma boa capacidade respiratória é importante para o parto normal. Para treinar o fôlego, você pode usar uma faixa elástica, segurando cada ponta em uma mão, girando o tronco para o lado. Na ida, puxe o ar, e na volta, solte.

Coxa e quadril: Para alongar essa região, você pode fazer borboletinha com as pernas ou sentar com as costas encostadas na parede e abrir a perna em V o quanto conseguir. Esses alongamentos ajudam a suportar a posição em que você ficará durante o parto.

Força para os primeiros dias

Nada mais gostoso do que carregar seu bebê. E você vai querer ficar com ele no colo por muito tempo olhando para o seu rostinho. Por isso, é preciso ter força! Para preparar os membros superiores, pegue um pesinho (que pode ser uma garrafa de água de um litro), deixe os braços rente ao corpo e flexione-os, levando o pulso voltado para cima em direção ao peito. Faça duas séries de 12 vezes.

Depois da chegada do bebê, muitas mulheres sentem dor na região cervical, por causa da amamentação. Para diminui-la, movimente o ombro, girando para trás, e alongue o pescoço, inclinando-o para as laterais.

Fontes: Maria Valéria Corrêa e Castro Campomori (professora da PUC-Campinas) e Vanessa Marques (fisioterapeuta)

domingo, 19 de agosto de 2012

Parto Natural: Uma opção saudável


O parto natural é uma forma da mulher conhecer seu corpo e sentir como, mesmo em tempos modernos, é possível ter uma experiência única e gratificante no momento do nascimento do seu filho. Escolher um parto natural não significa abrir mão da tecnologia disponível atualmente, mas sim utilizá-la de modo criterioso para que não aumente os riscos para a mãe e para o bebê.

Para as mulheres que fazem essa opção, ter um parto natural significa propiciar para o seu bebê um nascimento com menos riscos, acolhedor, diretamente do ventre para o colo, sem luzes fortes e manipulações desnecessárias.

A grande maioria das mulheres é capaz de dar à luz sem intervenções, isto é, sem a interferência de medicamentos, anestesia ou cortes na região perineal, conhecida tecnicamente como episiotomia. No entanto, ter um parto natural no Brasil não tem sido uma tarefa fácil. Nosso país ocupa o primeiro lugar no ranking de cesarianas do mundo. Em muitos hospitais particulares as taxas desse procedimento atingem valores superiores a 90% dos casos!

Nesse contexto, ainda temos outro agravante. Os poucos partos normais realizados são feitos em sua maioria com muitas intervenções, ou seja, não são partos naturais que respeitam a fisiologia do nascimento.

As práticas intervencionistas no parto normal começaram há muitos anos quando os médicos assumiram o lugar da parteira na assistência ao nascimento. A posição vertical para o parto foi substituída pela posição ginecológica (deitada com as pernas presas em apoios). O corte no períneo (episiotomia) para a ampliação do canal de parto passou a ser realizado indiscriminadamente e sem nenhum questionamento. Atualmente, as evidências científicas demonstram que esse procedimento, além de não trazer nenhum benefício para o corpo da mulher, pode provocar sequelas graves. Ainda assim, muitos profissionais que atendem partos continuam realizando a episiotomia em todas as mulheres que acompanham. Outra intervenção muito comum no parto normal é a aplicação do soro para aumentar as contrações (ocitocina), que além de provocar dores muito mais fortes do que as das contrações naturais, pode trazer vários riscos para a mãe e o bebê.

Em relação aos bebês, a grande maioria é separada da mãe e acaba passando por vários procedimentos que interferem negativamente no primeiro contato, fundamental para a formação do vínculo mãe e bebê e muito importante para o sucesso da amamentação. No parto natural, sempre que possível o bebê nasce e é colocado imediatamente no colo de sua mãe.

Mas se o parto natural é a opção mais saudável para a mãe e o bebê, porque ele ainda continua sendo uma grande exceção no Brasil?

São muitos fatores que influenciam esta situação. Alguns deles são a falta de experiência e habilidades dos profissionais em acompanhar esse tipo de parto, a imprevisibilidade do parto (o nascimento pode acontecer a qualquer hora do dia ou da noite e pode durar muitas horas), a falta de informação de muitas mulheres brasileiras sobre os riscos reais da cesariana e das intervenções no parto normal, a falta de informação sobre os benefícios do parto normal e principalmente, o medo da dor!

O que muitas mulheres não sabem é que a dor no parto natural tem um outro significado. Ela não pode ser comparada a nenhuma outra dor, pois está associada a um momento de alegria, de prazer, de muita emoção. Durante todo o trabalho de parto, os hormônios liberados contribuem para que haja um relaxamento e uma preparação do corpo da mulher para receber seu bebê. O nascimento é um momento de grande êxtase, onde a mulher sente um poder imensurável e a grande satisfação de trazer seu filho ao mundo de maneira ativa e saudável. A natureza em toda sua sabedoria criou mecanismos para que a dor das contrações seja suplantada pelo prazer do nascimento. Mulheres que tiveram um parto natural assistido, em um ambiente acolhedor, com profissionais que sabem respeitar a fisiologia do nascimento são unânimes em relatar: passariam por tudo novamente. Ainda acrescentam: “parir vicia” e sentem uma saudade muito grande desse momento!

Ainda em relação à dor, é muito importante lembrar que, além da grande ajuda da natureza, os profissionais que atendem partos naturais se valem de muitas técnicas para o alívio da dor, como suporte contínuo, massagens e o uso da água.

Dar à luz naturalmente é uma experiência única, cada contração no parto anuncia a proximidade do nascimento e, portanto, não é uma dor e sim uma alegria, um fortalecimento de ser mulher e de sentir o próprio corpo como algo sublime. A dor física e emocional de uma cesariana ou de um parto normal cheio de intervenções é, para muitas mulheres, muito maior que a dor no parto natural.

Como no Brasil o parto com cesariana é a forma mais comum de nascer, preparar-se para o momento do parto é muito importante para que o casal possa fazer escolhas conscientes para planejar o nascimento do seu filho, como o local do parto e a equipe que irá acompanhá-los, além de receber informações importantes sobre o trabalho de parto e os cuidados com o recém-nascido.

Márcia Koiffman e Priscila Colacioppo, enfermeiras obstetras e idealizadoras do Primaluz – Parteiras Contemporâneas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Fases do Parto

Saiba mais sobre o ritmo natural do trabalho de parto e aprenda a identificar cada uma de suas etapas, das primeiras contrações à saída da placenta. Conheça também as medidas de conforto e alívio da dor sugeridas para cada fase.

Por Luciana Benatti

Cada mulher é única. E cada parto, ainda que de uma mesma mulher, é também uma experiência singular. São vários os fatores que influenciam o trabalho de parto: a posição do bebê, a saúde e o histórico médico da mulher, suas expectativas e sentimentos com relação ao parto, as pessoas que estarão à sua volta para lhe dar suporte emocional, a equipe de assistência e até mesmo o lugar onde o parto vai acontecer.

Com tantas variáveis em jogo – algumas bem objetivas, outras nem tanto –, é impossível prever como será o seu trabalho de parto: há uma gama enorme de possibilidades, todas dentro da normalidade. Vale lembrar que estamos falando aqui do parto natural, fisiológico.

Para ajudá-la a conhecer melhor esse processo, descrevemos as fases do trabalho de parto, como são as contrações, como você poderá se sentir e o que pode fazer para ficar mais confortável.

Pródromos (pré-parto)
Podem durar dias ou semanas. A duração e a intensidade das contrações varia bastante. Você pode perder o tampão mucoso e sentir dores nas costas. Para algumas mulheres, os “sintomas” dessa fase são quase imperceptíveis. Para outras, causam dificuldade para dormir ou descansar.
Medidas de conforto: Um banho quente pode ajudar a relaxar. Se as contrações pararem quando você sair do chuveiro é sinal de que eram mesmo pródromos, ou seja, que ainda não é para valer. Procure descansar.

Fase latente
Pode durar de poucas horas até um ou mais dias. As contrações são em geral curtas (30 a 60 segundos) e relativamente espaçadas. De maneira geral, ainda é possível conviver bem com elas. Nessa fase, muitas mulheres também eliminam o tampão mucoso (às vezes com um pouco de sangue) e sentem dores nas costas. É comum ter de ir várias vezes ao banheiro para evacuar.
Medidas de conforto: É provável que você passe essa fase do trabalho de parto em casa, pois ainda é cedo para ir ao hospital. A companhia do marido, de uma amiga próxima ou de uma doula vai ajudá-la a se sentir mais segura, assim como manter contato por telefone com o seu médico ou parteira. Segure a ansiedade e procure dormir e se alimentar normalmente. Banhos de chuveiro e massagens ajudam a lidar com a dor das contrações.

Fase ativa
As contrações, mais regulares, duram um minuto ou mais. Você provavelmente não conseguirá se movimentar ou pensar em outra coisa durante uma contração. As dores na região lombar e/ou no baixo ventre se intensificam.
Medidas de conforto: É a hora de de preparar para ir para o hospital, caso tenha sido essa a sua opção. Massagens na região lombar serão bem-vindas, assim como frequentes mudanças de posição. Se você tiver uma banheira à disposição, não hesite em experimentar. Acredite, a imersão em água quente é um poderoso método natural de alívio da dor.

Transição
As contrações ocorrem a cada dois ou três minutos e duram de 60 a 90 segundos, ou seja, os intervalos entre elas são curtos. É um período muito intenso – talvez seja o mais intenso – de todo o trabalho de parto, física e emocionalmente. Em geral, é nessa hora que começamos a desconfiar da nossa capacidade de aguentar firme até o final. Você poderá se sentir inquieta, irritada, exausta. Tremedeira, náusea e vômito são comuns nessa fase, que vai até a dilatação total do colo do útero (10 cm).
Medidas de conforto: É muito provável que a esta altura você já esteja pensando em tomar anestesia. Medidas de conforto que até aqui ajudavam, como músicas relaxantes, massagens, palavras de incentivo ou mesmo um carinho do marido, podem se tornar absolutamente irritantes. A boa notícia é que a essa fase é mais curta do trabalho de parto e, ao final dela, seu bebê estará bem próximo de chegar. Procure se lembrar disso.

Expulsivo
Costuma durar desde algumas contrações até cerca de três horas. Você terá contrações fortes a cada três minutos. A dor diminui e é possível descansar entre as contrações. Você também poderá ficar mais lúcida e ativa. Conforme o bebê for descendo pelo canal de parto, sentirá uma pressão cada vez maior na vagina e no reto, junto com uma vontade incontrolável de fazer força. Quando a cabeça do bebê coroar, sentirá o “círculo de fogo”, ardor que acontece com distensão máxima do períneo.
Medidas de conforto: Muitas mulheres relatam nessa fase se sentir “sem posição”. Procure testar várias até achar a sua, ou seja, a que deixar você mais confortável para lidar com os puxos, aquela vontade incontrolável de fazer força. Entre um e outro, procure respirar e descansar. Você pode até dormir nos intervalos!

Expulsão da placenta
Acontece, em média, de 5 a 30 minutos depois do nascimento do bebê. As contrações são bem mais leves e espaçadas. O médico ou a parteira podem ter de massagear o útero para reduzir o sangramento, o que pode ser bem doloroso.

Recuperação
Dura cerca de uma ou duas horas num parto natural (sem intervenções médicas), não prolongado, nem difícil. Caso contrário, pode durar mais. Conforme o bebê sugar o seio, você poderá sentir cólicas: é o útero se contraindo para diminuir o sangramento e voltar ao tamanho normal. Nos primeiros dias, o sangramento é mais abundante do que o menstrual. Depois, vai diminuindo de intensidade e poderá durar de duas a quatro semanas após o parto, são os lóquios.

Fontes: Our Bodies, Ourselves – Pregnancy and Birth, The Boston Women’s Health Book Collecive; Márcia Koiffman, enfermeira obstetra.

sábado, 28 de julho de 2012

Convocação à MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO


Convidamos aos cidadãos e cidadãs e instituições a participarem e apoiarem a MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO.

A MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO acontecerá em diversas localidades do país.
Em Floripa, acontecerá no dia 05/08/2012, com concentração às 14 horas na Pracinha da Lagoa da Conceição.

As bandeiras da MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO são:

- Que a Mulher tenha o direito de escolher como , com quem e onde deve parir;

- Pelo cumprimento da Lei 11.108, de abril de 2005. Que a mulher tenha preservado o direito ao acompanhante que ela desejar na sala de Parto;

- Que a mulher possa ter o direito de acompanhamento de uma Doula em seu trabalho de parto e parto;

- Que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência hospitalar durante o Trabalho de Parto;

- Que a mulher tenha o direito de se movimentar livremente para encontrar as posições mais apropriadas e confortáveis durante seu trabalho de parto e parto;

- Que a mulher possa ter acesso a métodos naturais de alívio de dor durante o trabalho de parto, que consistem em: massagens, banho quente, compressa, etc;

- Contra a Violência Obstétrica e intervenções desnecessárias que consistem em: comentários agressivos, direcionamento de puxos, exames de toque, episiotomia, litotomia, etc;

- Pela fiscalização das altas taxas de cesáreas nas maternidades brasileiras e que as ações cabíveis sejam tomadas no sentido de reduzir essas taxas;

- Pela Humanização da Assistência aos Recém-Nascidos, contra as intervenções de rotina;

- Que a mulher que optar pelo parto domiciliar tenha direito ao acompanhamento pediátrico caso deseje ou seja necessário.

Todas as nossas bandeiras são respaldadas por evidências científicas e recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), Ministério da Saúde entre outras.

Chegou a hora de darmos um basta à mercantilização do parto e nascimento, não somos rebanho, não somos mercadoria, somos Humanos e temos o direito de receber nossos filhos cercados de amor, paz e, primordialmente, RESPEITO!

terça-feira, 3 de julho de 2012

LAURA GUTMAN NO BRASIL - EU VOU!

Pela primeira vez no Brasil, Laura Gutman estará em Florianópolis dia 01/09 e em São Paulo dia 02/09 para o seminário "O poder do discurso materno".
É autora de livros como "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", "Crianza, violencias invisibles y adicciones" e "La revolución de las madres", que exploram o universo da maternidade, os vínculos familiares e as dinâmicas violentas aos quais os seres humanos estão submetidos.
Desde 1996, formou mais de 300 educadores, médicos e profissionais em geral, objetivando construir uma nova visão acerca do problema da violência social e oferecer ferramentas concretas para assumir, com maios consciência, o trabalho que compete a cada um de nós na criação de um mundo menos violento e mais humano.
O seminário terá duração de 4 horas e é dirigido a mães, pais, professores, educadores, psicólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, profissionais da saúde, profissionais das ciências humanas e todos aqueles que desejam contribuir para um mundo mais amável.

Mais informações em www.lauragutmannobrasil.blogspot.com.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Preparação para a chegada do bebê

Doulas podem melhorar seriamente sua gravidez e parto. Por favor, contrate uma doula antes de parir!!!
Efeitos Colaterais: Você pode ter uma experiência de parto melhor. Você pode experienciar uma grande sensação de empoderamento. Você pode ter menos intervenções e um menor risco de cesárea.
Lembrando que as Doulas não executam nenhum procedimento técnico, mas estudos mostraram que sua simples presença ao lado da parturiente, oferecendo apoio, incentivo e preciosas massagens para aliviar a dor, é suficiente para diminuir as intervenções e as cesáreas.






Fotos: Vicky Rodrigues
Local: Live Fit Pilates
Gestante: Jeniffer
Doula: Michelle

sábado, 2 de junho de 2012

Da Gestação ao Nascimento

Após 9 meses, aproximadamente 280 dias, 40 semanas ou 9 luas o bebê finalmente está pronto para nascer. O feto, completamente formado desde as 12 semanas, levou todo este tempo para crescer e amadurecer dentro do útero. No final da gravidez ele dá sinais que está maduro e inicia-se o trabalho de parto. Sua circulação é inundada de hormônios que sinalizam o nascimento iminente. As contrações uterinas massageiam o seu corpinho e dão a noção do ritmo. Finalmente, a passagem pelo estreito canal de parto comprime o tórax do bebê, auxiliando na saída do líquido amniótico presente em seus pulmões, boca e narinas. O bebê nasce, e enquanto permanece ligado à placenta pelo cordão umbilical que pulsa não há pressa em respirar. Nos braços da mãe, ele conhece o novo espaço, espirra, tosse e finalmente respira. Às vezes chora vigorosamente, às vezes apenas resmunga. Em alguns minutos, os pulmões expandem, a circulação fetal deixa de existir e a placenta não é mais necessária. O cordão umbilical para de pulsar e pode ser cortado. Enquanto isso, mãe e filho se reconhecem, trocam cheiros, o som do coração da mãe acalma o bebê, que lentamente começa a procurar o seio. Depois de mamar, o bebê adormece e descansa por um longo período, se recuperando dessa grande jornada. A sequência descrita acima foi planejada pela natureza ao, longo de milhares de anos de evolução. Infelizmente, este processo fisiológico não é respeitado na maioria das maternidades brasileiras. Aproximadamente 40 % dos bebês da rede pública e 80% da rede privada nascem através de cesariana. Grande parte deste número – principalmente na rede privada- correspondem 'as cesarianas eletivas (aquela marcada por conveniência do médico ou da mulher ). Nestes casos, o bebê não sabe que vai nascer. Não foi avisado pelo trabalho de parto, não recebeu os hormônios necessários, não sentiu o ritmo das contrações nem passou pelo canal de parto. Frequentemente estava dormindo no momento do nascimento. Tem que passar de feto a gente que respira em segundos. Seus pulmões, boca e nariz estão cheios de líquido amniótico. Só resta ao bebê aterrorizado a opção de chorar para expandir os pulmões e concluir à força o processo de transição. A criança é levada a um berço aquecido, onde é vigorosamente enxugada. Geralmente o pediatra introduz uma sonda em sua boca e narinas para aspirar as secreções. A criança é pesada, medida, classificada e identificada. Rapidamente é apresentada à mãe, que não pode segurá-lo porque tem as mãos presas na mesa cirúrgica. O bebê então é levado ao berçário, onde é colocado em um berço aquecido, observado pela família através de um vidro. Ali ele recebe um colírio de nitrato de prata, cujo objetivo é prevenir uma eventual conjuntivite pela bactéria causadora da gonorréia. É provável que suas pálpebras fiquem inchadas e doloridas em consequência do colírio. Ele recebe ainda uma injeção intramuscular de vitamina K, medicação usada para prevenir um distúrbio de coagulação. Através do vidro do berçário observamos o recém nascido, sozinho no berço aquecido. A agressão sensorial foi tamanha que muitos dormem, exauridos. Outros choram e se debatem, observados pela família orgulhosa.. Algumas horas depois, o banho. O recém nascido é lavado com água morna, na banheira ou sob a torneira da pia. É preciso lavá-lo e remover qualquer vestígio de sangue ou vérnix. É necessário que ninguém perceba que o bebê nasceu de um útero, lugar cheio de mistérios. A criança é vestida e finalmente será amamentada. A mãe recebe o pequeno estranho... que sequer viu nascer através dos panos estéreis da cirurgia. O pequeno estranho não tem seu cheiro, aliás cheira a algum produto químico. O pequeno estranho está sonolento, porque durante o período fisiológico de vigília estava no berçário. Depois de algum esforço, afinal consegue mamar. A natureza felizmente continua sábia e é através da amamentação que a mãe e o pequeno estranho vão enfim criar vínculos.

Texto escrito por Ana Paula Caldas (Neonatologista em Campinas/SP).

quinta-feira, 24 de maio de 2012

As 50 intervenções desnecessárias durante a gravidez, parto e pós parto !

1) Exames pré-natais não incluídos na rotina preconizada pelo Ministério da Saúde do Brasil (os exames recomendados são: grupo sanguíneo e fator Rh, sorologia para sífili...s - VDRL, hemoglobina e hematócrito para rastreamento de anemia, exame de urina tipo I, sorologia para HIV e hepatite B - AgHBs, glicemia de jejum, teste para toxoplasmose-IgM, colpocitologia oncótica se necessário).

2) Exames de efetividade discutível sem prévia discussão com a gestante sobre riscos e benefícios (p.ex. pesquisa de EGB (Estreptococcus do Grupo B)).

3) Prescrição de complexo vitamínico, sem uma indicação clara.

4) Ultrassonografias sem indicação clínica.

5) Dopplerfluxometria em gestação de baixo risco ou sem indicação clínica.

6) Ecodopplercardiografia (exame para avaliar o coração) fetal em gestação de baixo risco ou sem indicação clínica.

7) Cardiotocografia em gestação de baixo risco ou sem indicação clínica.

8) Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) em gestação de baixo risco ou sem indicação clínica.

9) Cesariana eletiva sem indicação clínica e/ou sob falsos pretextos (ver lista das "Indicações das desnecesáreas).

10) Exames de toque antes do trabalho de parto, sem indicação clara.

11) Descolamento de membranas antes de 41 semanas de gravidez.

12) Descolamento de membranas sem prévia discussão e autorização da gestante.

13) Restringir a escolha do local de parto.

14) Desencorajar ou proibir o acompanhante/doula no parto da escolha da mulher, ou permitir a entrada de pessoas não autorizadas.

15) Internação precoce.

16) Exames de toque/remoção de rebordo de colo abusivos durante o trabalho de parto e de rotina.

17) Exames de toque/remoção de rebordo SEM o prévio consentimento da gestante.

18) Toque Retal.

19) Jejum, tricotomia (raspagem dos pêlos) e enema (lavagem intestinal).

20) Qualquer restrição à deambulação/liberdade de movimentos.

21) Estabelecer limites rígidos para a duração da fase latente, ativa e do período expulsivo.

22) Atrapalhar o processo fisiológico do parto, desconcentrando a gestante.

23) Monitoração fetal contínua ao invés de intermitente (onde o profissional ausculta o bebê de tempos em tempos com o sonar).

24) Uso rotineiro de soro com ocitocina/indução com misoprostol.

25) Uso rotineiro de analgesia de parto.

26) Oferecer ou insistir na analgesia de parto sem que a mulher a tenha solicitado.

27) Amniotomia de rotina (rompimento da bolsa).

28) Puxos precoces (treinar fazer "a" força, antes que a mulher possa sentir os puxos).

29) Puxos dirigidos ("faça força agora", "força comprida", etc).

30) Manobra de Valsalva (orientar a "trincar os dentes e fazer força").

31) Desestimular a escolha pela mulher da posição/ambiente em que quer parir.

32) Manobra de Kristeller (empurrar o fundo do útero)/pressão de qualquer intensidade no fundo uterino/"só uma ajudinha".

33) Manobra de "divulsão" perineal e/ou massagem perineal sem consentimento da mulher.

34) Episiotomia.

35) Não permitir o nascimento espontâneo.

36) Aplicar fórceps e vácuo de rotina e/ou sem autorização da mulher.

37) Sutura rotineira das lacerações.

38) Revisão instrumental do canal de parto de rotina (fórceps, vácuo extrator).

39) Cesariana intraparto sem indicação precisa e sem caráter de emergência.

40) Ligadura precoce do cordão, sem aguardar parar de pulsar.

41) Entregar um bebê vigoroso ao neonatologista para secar e aquecer, afastando-o da mãe.

42) Aspiração de rotina das vias aéreas do recém-nascido.

43) Passagem de sonda de rotina no recém-nascido, para pesquisar atresia de coanas, atresia de esôfago e ânus imperfurado.

44) Uso rotineiro de Credé (colírio de nitrato de prata).

45) Levar bebês saudáveis para o berçário.

46) Fazer qualquer procedimento com o RN sem consultar e obter autorização dos pais.

47) Não permitir o delivramento (saída da placenta) espontâneo.

48) Revisão manual da cavidade uterina de rotina, mesmo em casos de cesárea anterior.

49) Oferecer bicos, chupetas, mamadeiras, com leite artificial para o recém-nascido.

50) Aplicar vacinas sem o consentimento e autorização dos pais.

(por Ingrid Lotfi com supervisão técnica de Melania Amorim e Maíra Libertad)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Método Canguru: O Calor que Salva Vidas

Vantagens
· aumenta o vinculo mãe‑filho
· reduz o tempo de separação mãe‑filho
· melhora a qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psico‑afetivo do RN de baixo peso
· estimula o aleitamento materno, permitindo maior freqüência, precocidade e duração
· permite um controle térmico adequado
· favorece a estimulação sensorial adequada do RN
· contribui para a redução do risco de infecção hospitalar
· reduz o estresse e a dor dos RN de baixo peso
· propicia um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde
· possibilita maior competência e confiança dos pais no manuseio do seu filho de baixo peso, inclusive apos a alta hospitalar

Primeira etapa
Período que se inicia no pré natal da gestação de alto risco seguido da internação do RN na Unidade Neonatal. Nessa etapa, os procedimentos deverão seguir os seguintes cuidados especiais:
· Acolher os pais e a família na Unidade Neonatal.
· Esclarecer sobre as condições de saúde do RN e sobre os cuidados dispensados, sobre a equipe, as rotinas e o funcionamento da Unidade Neonatal.
· Estimular o livre e precoce acesso dos pais a Unidade Neonatal, sem restrições de horário.
· Propiciar sempre que possível o contato com o bebê.
· Garantir que a primeira visita dos pais seja acompanhada pela equipe de profissionais.
· Oferecer suporte para a amamentação.
· Estimular a participação do pai em todas as atividades desenvolvidas na Unidade.
· Assegurar a atuação dos pais e da família como importantes moduladores para o bem estar do bebê.
· Comunicar aos pais as peculiaridades do seu bebê e demonstrar continuamente as suas competências.
· Garantir a puérpera a permanência na unidade hospitalar pelo menos nos primeiros cinco dias, oferecendo o suporte assistencial necessário.
· Diminuir os níveis de estímulos ambientais adversos da unidade neonatal, tais como odores, luzes e ruídos.
· Adequar o cuidar de acordo com as necessidades individuais comunicadas pelo bebê.
· Garantir ao bebê medidas de proteção do estresse e da dor.
· Utilizar o posicionamento adequado do bebê, propiciando maior conforto, organização e melhor padrão de sono, favorecendo assim o desenvolvimento.
· Assegurar a permanência mãe, durante a primeira etapa. Auxilio transporte, para a vinda diária a unidade pelos estados e/ou municípios.
Refeições durante a permanência na unidade pelos estados e/ou municípios.
Assento (cadeira) adequado para a permanência ao lado de seu bebê e espaço que permita o seu descanso.
Atividades complementares que contribuam para melhor ambientação, desenvolvidas pela equipe e voluntários.

Segunda etapa
Na segunda etapa o bebê permanece de maneira continua com sua mãe e a posição canguru será realizada pelo maior tempo possível. Esse período funcionara como um “estagio” pré alta hospitalar.
2.1 São critérios de elegibilidade para a permanência nessa etapa:
2.1.1 Do bebê
- estabilidade clinica
- nutrição enteral plena (peito, sonda gástrica ou copo)
- peso mínimo de 1.250g.
2.1.2 Da mãe
- desejo de participar, disponibilidade de tempo e de rede social de apoio
- consenso entre mãe, familiares e profissionais da saúde
- capacidade de reconhecer os sinais de estresse e as situações de risco do recém nascido
- conhecimento e habilidade para manejar o bebê em posição canguru.

2.2 Permitir o afastamento temporário da mãe de acordo com suas necessidades.
2.3 Acompanhar a evolução clínica e o ganho de peso diário.
2.4 Cada serviço deverá utilizar rotinas nutricionais de acordo com as evidências científicas atuais.
2.5 A utilização de medicações orais, intramusculares ou endovenosas intermitentes não contraindicam a permanência nessa etapa.
2.6 São critérios para a alta hospitalar com transferência para a 3ª etapa:
- mãe segura, psicologicamente motivada, bem orientada e familiares conscientes quanto ao cuidado domiciliar do bebê
- compromisso materno e familiar para a realização da posição pelo maior tempo possível
- peso mínimo de 1.600g
- sucção exclusiva ao peito ou, em situações especiais, mãe e família habilitados a realizar a complementação
- assegurar acompanhamento ambulatorial ate o peso de 2.500g
- a primeira consulta devera ser realizada ate 48 horas da alta e as demais no mínimo uma vez por semana
- garantir atendimento na unidade hospitalar de origem, a qualquer momento, até a alta da terceira etapa.

Terceira etapa
Esta etapa se caracteriza pelo acompanhamento da criança e da família no ambulatório e/ou no domicilio ate atingir o peso de 2.500g, dando continuidade a abordagem biopsicossocial.
3.1 Ambulatório de acompanhamento
São atribuições do ambulatório de acompanhamento:
· realizar exame físico completo da criança tomando como referencias básicas o grau de desenvolvimento, o ganho de peso, o comprimento e o perímetro cefálico, levando-se em conta a idade gestacional corrigida
· avaliar o equilibrio psicoafetivo entre a criança e a família e oferecer o devido suporte
· apoiar a manutenção de rede social de apoio
· corrigir as situações de risco, como ganho inadequado de peso, sinais de refluxo, infecção e apneias
· orientar e acompanhar tratamentos especializados
· orientar esquema adequado de imunizações.
3.2 O seguimento ambulatorial deve apresentar as seguintes características:
- ser realizado por medico e/ou enfermeiro, que, de preferência, tenha acompanhado
o bebê e a família nas etapas anteriores
- o atendimento, quando necessário devera envolver outros membros da equipe
interdisciplinar
- ter agenda aberta, permitindo retorno não agendado, caso o bebê necessite
- o tempo de permanência em posição canguru será determinado individualmente
por cada díade
- apos o peso de 2.500g, o seguimento ambulatorial devera seguir as normas de
crescimento e desenvolvimento do Ministério da Saúde.

Fonte: Manual Técnico Método Canguru
SerMÃE consultoria - Por Raquel Loureiro

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Shantala - Um Toque de Amor

PROMOÇÃO DE DIA DAS MÃES !!! Curta um momento especial vc e seu bebê :)


E Saiba mais sobre:
*História,
*Benefícios,
*Indicações e contra-indicações,
*Duração e Repetição,
*Preparação do Ambiente
*Técnica da massagem

Entre em Contato!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

13 Mitos e Fatos: Quando o parto humanizado derruba mitos

Enquanto o bebê se desenvolve na barriga, mitos e medos acompanham gestantes em ruas, lojas, salões de beleza, filas, salas de espera e festas. Quem nunca ouviu histórias de grávidas que sofreram por horas a fio em trabalhos de parto difíceis ou sentenças como mulher com quadril estreito não consegue parir? Os mitos contaminam até mesmo consultórios e hospitais, onde mães acima do peso, hipertensas ou com diabetes gestacional costumam receber de imediato, eliminando qualquer possibilidade de estudo mais aprofundado do caso, a sentença de uma cesariana.

Neste Brasil que, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), tem um dos índices de cesarianas mais altos do mundo, perdendo apenas para países como o Chile, tais diagnósticos são usados para, muitas vezes, justificar as chamadas cesáreas desnecessárias.

Trocando mitos por fatos
Saiba mais sobre alguns fatos ou diagnósticos que comumente levam a cesáreas desnecessárias:

Mito: Cordão enrolado
Fato: Quase um terço dos bebês nasce com circular de cordão. Mas a gelatina que recheia o cordão ajuda a impedir que os vasos se fechem. Além disso o bebê não respira dentro do útero!

Mito: Pressão Alta
Fato: A hipertensão é um problema grave, mas nos casos em que ela foge ao controle pode ser necessário induzir o parto normal.

Mito: Bacia Estreita
Fato: Impossível saber o tamanho da bacia por dentro e os ossos da cabeça do bebê são soltos e se sobrepõem para passar pela bacia materna.

Mito: Bebê Grande
Fato: Impossível saber o peso do bebê pelo ultrasom e os ossos da cabeça do bebê são soltos e se sobrepõem para passar pela bacia materna.

Mito: Passou do Tempo
Fato: A gravidez humana normal vai até 42 semanas. Passado o prazo considerado seguro, pode ser necessário induzir o parto normal.

Mito: Parto Prematuro
Fato: Bebês prematuros nascem em melhores condições se for por parto normal.

Mito: Diabetes Gestacional
Fato: É uma condição em geral controlada com dieta, exercícios e medicamentos, e não tem qualquer relação com a via de parto. Nenhuma!

Mito: Bebê fez cocô (mecônio)
Fato: O mecônio não é um problema, a não ser nos casos em que os batimentos cardíacos do bebê estão insatisfatórios, evidenciando sofrimento fetal. Mesmo assim a indicação é o sofrimento fetal, não o mecônio.

Mito: A bolsa rompeu e não teve contração
Fato: É só aguardar 24 horas e se não entrar em trabalho de parto, induzir. A indução pode levar até 48 horas para “engatar”.
Antibióticos podem prevenir infecção. Fácil convencer o G.O. a esperar 72 horas, não é mesmo?

Mito: Não teve dilatação
Fato: Todas as mulheres dilatam se aguardar a fase ativa do trabalho de parto.

Mito: Não entrou em trabalho de parto
Fato: Se não for colocada numa mesa cirúrgica, toda mulher entra em trabalho de parto.

Mito: Na consulta de pré natal o colo do útero está fechado
Fato: O colo do útero em geral fica fechado. O que faz ele abrir são as contrações de trabalho de parto.

Mito: Pouco líquido
Fato: A diminuição do líquido amniótico é normal e esperada no final da gestação. No caso de diminuição acentuada, pode ser necessário induizir o parto normal, o que pode levar até 48 horas. Fácil convencer o G.O. a esperar 72 horas, não é mesmo?

ESTABELEÇA UMA ROTINA : e auxilie seu filho a pegar no sono

1. Espere o sono chegar:
Se a criança não demonstra o mínimo cansaço, nem adianta colocá-la para dormir. Observe quando os bocejos ficam freqüentes, e os olhos, baixos. Esse é o momento em que o organismo dela escolheu para descansar. Aí, sim, é hora de ir para a cama.

2. Seja pontual:
Assim que descobrir o horário de sono do seu filho, faça com que ele seja cumprido diariamente.

3. Nada de agito:
Exigir que o pequeno durma logo depois de correr, pular ou se exaltar com brincadeiras estimulantes é jogo sujo. Diminua o ritmo das atividades à noite.

4. Capriche no ritual:
Sem um motivo convincente, seu filho não irá sozinho para o quarto. O segredo é criar momentos agradáveis antes de levá-lo ao berço ou à cama. Uma idéia é apostar no bom e velho trio: alimentação, banho e historinha.

5. Não dê trela para barganhas:
Crianças têm um invejável poder de persuasão e estão sempre dispostas a testar os seus próprios limites e os dos pais. Deixar que elas fiquem no comando é um péssimo negócio para quem quer uma noite de paz. A dica é: seja firme!

6. Crie um ambiente familiar:
Uma cama vazia num quarto escuro não é nada atraente para a criança. Alguns detalhes podem tornar o espaço mais receptivo. O amigo de dormir - um cobertor ou um ursinho que não solte pêlos - costuma ser ótima companhia, além de transmitir segurança. Se o seu filho adora os lápis coloridos, pendure uma das suas obras de arte perto da cama ou do berço. Assim o quarto vai ganhando a cara e o jeitinho dele.

7. Apague as luzes:
Essa dica é importante principalmente para quem tem bebês com menos de 3 meses. Associar a escuridão à hora do sono ajuda a criança a entender que existem diferenças entre dia e noite - algo que ela ainda não sabe. Os maiores também ficam mais tranqüilos no escuro. Afinal, quando as luzes se acendem, os olhos preferem explorar o que há ao redor e a criança se esquece de dormir.

8. Maneire na comida:
Se a criança tiver fome, não se preocupe, ela dará sinais. Não precisa ficar acordando o pequeno no meio da noite para mamar ou fazer lanchinhos. Essa insistência só serve para atrapalhar o sono. Fora isso, os petiscos noturnos favorecem as cáries.

De: Terapeuta de Bebês

sábado, 21 de abril de 2012

O meu filho está "laçado". E agora?

Cerca de 40% dos fetos apresentam circular de cordão, ou seja, se fôssemos operar os casos com circular de cordão diagnosticados por ultrassonografia (USG) já estaríamos, de antemão, condenando 40% das mulheres a uma cesariana, com todos os riscos já conhecidos de uma cirurgia desse porte.

Como o bebê VIRA e DESVIRA o tempo todo (sinal de que está saudável) dentro da barriga, o diagnóstico por USG não é preciso, mesmo quando se usa o Doppler: bebês com circular diagnosticada pela USG podem nascer sem circular e o contrário é verdadeiro, a USG pode não mostrar nenhuma circular e o bebê nascer com uma ou mais circulares.

Entretanto, circulares CERVICAIS (no pescoço) apertadas, associadas a cordão curto e outras alterações, podem ser comprimidas durante o trabalho de parto e, muito excepcionalmente, fora dele. Tudo pode acontecer em uma gravidez, até um avião cair em cima do binômio mãebebê (assim mesmo, sem hífen), o que já foi descrito na literatura. Catástrofes e fatalidades acontecem.

Quais os cuidados? Ausculta, ausculta, ausculta, o que é o procedimento de rotina em todo trabalho de parto, AUSCULTA FETAL intermitente com o sonar Doppler ou mesmo com o estetoscópio, não é necessária cardiotocografia de rotina, e deve ser realizada com ou sem diagnóstico de circular. Lembrem: bebês SEM diagnóstico de circular podem nascer com circular, a circular se forma quando eles mexem de um lado para outro dentro da barriga. A ausculta fetal é, portanto, um procedimento padrão na assistência ao parto, recomendado pela OMS.

Não existe essa entidade nosológica "enforcamento fetal"... Na vida intrauterina, as trocas respiratórias se fazem pela circulação umbilical, e não pelas vias aéreas fetais. Mecanicamente, o cordão também não conseguiria fraturar o pescoço do bebê, ele é gelatinoso.

O que pode acontecer, muito raramente, é um cordão curto e enrolado no pescoço ser apertado durante as contrações ou a movimentação fetal, e haver interrupção da circulação naquele momento. Se essa interrupção for prolongada, pode haver asfixia porque não vai mais chegar sangue para o bebê. No entanto, esse não é um evento abrupto e pode ser sinalizado precocemente pela alteração dos batimentos cardíacos fetais, uma vez que se presume que estejam sendo monitorados intraparto.

Além de raríssimo, esse evento não justifica ultrassonografia de rotina na gestação a termo e muito menos a pesquisa de circular por USG durante o trabalho de parto.

PORTANTO:

- Circulares são extremamente freqüentes, 25 a 40% dos bebês NASCEM com circulares.

- Circulares se fazem e desfazem o tempo todo, com a movimentação fetal. Exame ultrassonográfico pode mostrar circular e o bebê nascer sem, ou vice-versa.

- Não há o que fazer se for diagnosticada uma circular, a menos que se fosse interromper de imediato a gestação, o que não se justificaria, em face da maior morbidade materna e neonatal com a cesárea. Por conta de um evento raríssimo não se vai arriscar tirar um bebê prematuro ou mesmo de termo e expô-lo aos riscos de uma cesariana eletiva, que não são raros (inclusive aumento da mortalidade neonatal).

- Ultrassonografia de rotina em gestações de baixo-risco não é apoiada por evidências científicas consistentes.

- Durante o trabalho de parto a ausculta fetal pode detectar facilmente alterações da ausculta que eventualmente podem ocorrer em casos de circulares apertadas e, se forem importantes, indicam resolução da gravidez por via alta (cesariana). Durante a gravidez, não é necessário nem factível fazer monitorização fetal sem indicação. Ou alguém aí quer passar a gravidez toda acoplada a um aparelho de cardiotocografia para fazer monitorização contínua?

Texto escrito há algum tempo por Melania Amorim,Obstetra, sobre um famoso mito obstétrico: circular de cordão.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Anvisa proibe remédio contra cólica

A Agência Nacional da Vigilância Sanitária cancelou o registro do remédio Funchicórea no Brasil. O medicamento, indicado para tratar cólicas e prisão de ventre de bebês, estava no mercado há 72 anos.

A decisão saiu depois de sete anos de disputa, já que o processo para cancelamento do registro começou em 2005, segundo a Folha de S. Paulo. Para a ANVISA, o fabricante da Funchicórea não conseguiu comprovar a eficácia e segurança do remédio.

Para aliviar as cólicas dos bebês, as mães costumavam utilizar o pó nas chupetas ou mamadeiras. Ele era feito de extrato de chicória, ruibarbo, essência de funcho (erva-doce) e sacarina, um adoçante artificial.

O efeito analgésico que a Funchicória prometia nunca foi clinicamente comprovado. O que talvez fizesse com que os bebês se acalmassem com o medicamento era o gosto extremamente doce da sacarina, segundo o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, pai de Iuri, Bruna e Giovana.

O uso do adoçante artificial não é indicado para bebês e crianças, já que os pediatras desconhecem quais efeitos o uso da substância provoca nos pequenos.

Dor na barriga

Nos primeiros meses de vida, os bebês sofrem com as cólicas principalmente pela imaturidade do sistema digestivo. As dores acontecem quando os movimentos do intestino ocorrem em vários sentidos e se encontram nas alças do órgão. Estas cólicas costumam desaparecer no final do terceiro mês de vida da criança.

Até lá, é normal os pais se desesperarem com o incômodo nos pequenos. Mas existem formas de evitar e aliviar o desconforto sem o uso de medicamentos. Bebês que são alimentados exclusivamente com o leite materno costumam sofrer menos com cólicas, já que o organismo deles está mais preparado para digeri-lo, o que não acontece com leites artificiais ou fórmulas.Não há evidências comprovadas de que a alimentação da mãe influencie as cólicas dos bebês, mas é importante que ela tenha cuidado com a alimentação durante a fase de amamentação.

Para minimizar as cólicas algumas formas naturais podem ser utilizadas e sem sacarina! O contato do corpo através da massagem além de estimuladora passa a segurança que o bebê precisa para passar por essa fase. Lembre-se que o mundo é um perfeito desconhecido para o bebê e é o contato com a pele que garantirá a segurança e o seu pleno desenvolvimento. É o colo, a massagem, o aconchego que ajudarão a família a se adaptar.

Como a técnica da Shantala pode ajudar a diminuir as cólicas do bebê?


Além de minimizar o desconforto dos gases estimulando o peristaltismo do intestino, a massagem traduz um momento especial oferecendo a oportunidade dos pais terem um contato mais prolongado com o bebê. Esse carinho ajuda os pais a reforçar o vínculo afetivo e no momento da crise de cólica é essencial para o bebê sentir-se amado e protegido.

Os movimentos abdominais da Shantala auxiliam na liberação de gases e é uma ótima forma preventiva para a mamãe inibir ou minimizar a crise de cólicas. Os movimentos não ficam só na barriga, todo o corpinho do bebê é massageado, ajudando-o a relaxar, já que durante a crise toda a sua musculatura fica rígida pela agitação da dor e stress.

Na hora da Shantala, o contato tão próximo dos pais, o toque carinhoso, sentir o cheiro, a respiração e batimento do coração dos pais funcionam como um calmante natural e a criança se tranquiliza de forma natural.

Fontes:Revista Pais e Filhos
Curso Shantala,O Toque que traz Vida

terça-feira, 10 de abril de 2012

Benefícios de ter uma Doula !!!

Você sabia que, por definição, uma doula é uma mulher que oferece suporte contínuo durante o trabalho de parto e o parto? E que, de modo geral, o tipo de suporte que a doula oferece não pode ser substituído nem pelo cuidado da família e amigos, nem mesmo pelo cuidado dos profissionais de saúde que acompanham o parto (sejam eles enfermeiras, parteiras, obstetrizes ou médicos)? Muitas pessoas confundem esses papéis, mas existem inclusive estudos científicos que mostram que eles não são a mesma coisa e que os benefícios de ter uma doula no seu parto são maiores do que aqueles obtidos quando o suporte é da sua rede social ou é um profissional de obstetrícia.

Suporte contínuo significa que uma pessoa oferece apoio durante todo o trabalho de parto e parto para aquela mulher especificamente, no esquema um-a-um (uma pessoa de suporte para uma mulher). Esse tipo de suporte foi analisado em 21 estudos que avaliaram mais de 15.000 mulheres em vários lugares do mundo, para identificar se essa é uma estratégia que melhora os resultados do parto. Estes estudos observaram que ter suporte contínuo resultou nos seguintes benefícios:

*Um aumento de 8% no número de mulheres com parto vaginal espontâneo
*Uma redução de 10% na necessidade de analgesia ou anestesia de qualquer tipo durante o parto e de 7% no uso de analgesia ou anestesia regional (raquidiana ou peridural)
*Uma redução de 31% no número de mulheres que relataram ter sentimentos negativos sobre a experiência de parto
*Uma redução de 10% no número de mulheres com partos instrumentais (fórceps ou extrator a vácuo)
*Uma redução de 21% no risco de cesárea
*Uma redução de 30% no número de bebês com Apgar baixo

Outros indicadores foram avaliados, mas não foi identificado nenhum benefício adicional do suporte contínuo para eles. Alguns desses estudos avaliaram ainda se o tipo de pessoa que oferece o apoio um-a-um tem algum impacto sobre esses resultados. Ou seja, se o benefício é diferente quando esse suporte é prestado por alguém da rede social da mulher, por uma doula ou por um profissional da equipe. E é aí que a atuação da doula se diferenciou dos demais tipos de cuidador. Vejamos como!

*Uso de ocitocina
-Equipe técnica do hospital: aumento de 6%
-Doula: redução de 31%
-Pessoa da rede social: não houve benefício para esse indicador

*Parto vaginal espontâneo
-Equipe técnica do hospital: não houve benefício para esse indicador
-Doula: aumento de 12%
-Pessoa da rede social: não houve benefício para esse indicador


*Cesárea
-Equipe técnica do hospital: não houve benefício para esse indicador
-Doula: redução de 28%
-Pessoa da rede social: não houve benefício para esse indicador


*Sentimentos ou pensamentos negativos em relação ao parto
-Equipe técnica do hospital: não houve benefício para esse indicador
-Doula: redução de 34%
-Pessoa da rede social: redução de 43%

Referência: Hodnett ED, Gates S, Hofmeyr GJ, Sakala C, Weston J. Continuous support for women during childbirth. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011, Issue 2. Art. No.: CD003766. DOI: 10.1002/14651858.CD003766.pub3.

Fonte: Núcleo Carioca de Doulas



Dieta durante a gravidez ?

Fazer dieta durante a gravidez pode prejudicar o bebê e você também. Dependendo do tipo de regime, você pode ficar com deficiência de ferro, de ácido fólico e de outras vitaminas e sais minerais importantes. Lembre-se de que engordar faz parte da gravidez. Comer bem e na quantidade certa é especialmente importante para grávidas de menos de 20 anos.

Mulheres que comem bem e que engordam o recomendável têm mais probabilidade de ter bebês saudáveis. Se você está comendo alimentos saudáveis e está engordando, relaxe: é isso que tem de acontecer! Quem era bem magra antes de engravidar tem mais "tolerância" para engordar.

Se você já estava acima do peso antes de engravidar, pode melhorar a qualidade da sua alimentação, eliminando guloseimas e comidas gordurosas demais e começando a fazer atividade física (sempre consultando o médico antes).

Para quem estava acima do peso, pesquisas já mostraram que não há problema em não engordar nada durante a gravidez, ou até emagrecer, pois as reservas de gordura acumuladas no seu corpo vão suprir as necessidades calóricas do bebê.

Consulte seu Nutricionista

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Lista de Vantagens do Parto Humanizado


1.. Proporcionar ao seu filho a verdadeira experiência do nascer;
2.. Ter você a verdadeira experiência de dar à luz;
3.. Poder participar do nascimento do filho;
4.. Interação mãe-bebê imediata;
5.. Não TER cicatriz nem no corpo, nem no espírito;
6.. Possibilidade de dores abdominais por aderências, infinitamente menor do que em uma cesariana.
7.. Risco de hemorragias e infecções reduzido;
8.. Recuperação pós-parto praticamente imediata;
9.. BEBÊ recebe um aviso biológico de que sua hora de nascer está chegando e, portanto, prepara-se melhor para esse momento, vindo ao mundo com menos problemas de adaptação;
10.. Fica-se muito menos tempo no hospital, acarretando menos custos financeiros e emocionais;
11.. Acarreta menos riscos físicos e emocionais para mãe e bebê;
12.. A dor das contrações é muito menor do que as dores contínuas por pelo menos 2 ou 3 meses de um pós parto cirúrgico;
13.. É mais ecológico, pois dispensa todo o aparato moderno descartável que emporcalha o planeta;
14.. Menor índice de depressão pós-parto;
15.. Conexão espiritual com todas as nossas ancestrais;
16.. Oportunidade de um orgasmo indescritível e transcendental;
17.. Poder olhar seu filho olho-no-olho nos primeiros minutos de existência dele e perceber uma luminosidade ao seu redor;
18.. Poder cantar as glórias de ser uma mulher que confia em seu corpo e na fisiologia do parto;
19.. Ser um exemplo positivo pra mudar o paradigma tecnocrático vigente;
20.. Sentir-se ativa no processo;Para quem tem seu filho em casa existem mais vantagens ainda!!
21.. Não ver seu bebê nas mãos de um monte de gente antes de chegar no seu colo;
22.. Saber que ele nunca vai ser 'roubado';
23.. Seu bebê nunca vai ser alimentado com fórmula (mamadeira);
24.. Risco de infecção hospitalar 0%;
25.. Não ser confinada em uma cama e poder ir onde desejar;
26.. Poder comer e beber à vontade ao seu gosto tudo o q quiser;
27.. Poder ficar sozinha e no seu canto até quando desejar ter companhia e ajuda;
28.. Poder ficar na posição que desejar: em pé, deitada, andando, de cócoras, de quatro, pendurada na rede ou no abajur!;
29.. Estar na sua cama confortável com seu parceiro e providenciar algumas carícias pra acelerar o parto;
30.. Não ser monitorada por máquinas;
31.. Não ter o cordão umbilical cortado antes do tempo;
32.. Poder promover o silêncio e o escurinho necessário ao momento mágico;
33.. Não ser coagida à uma cesárea!;
34.. Nunca ter sua veia perfurada pra 'soro' ou outras drogas sem sua permissão;
35.. E, é claro, não ter os efeitos colaterais dos mesmos no seu corpo ou do seu bebê;
36.. Em caso de VBAC, você vai ter certeza que VAI SER UM VBAC mesmo!!
37.. Não precisar sair do seu 'porto seguro' para ir à uma instituição hospitalar, principalmente de madrugada!;
38.. Poder ir ao banheiro sem pedir permissão;
39.. Poder usar suas próprias roupas ou nenhuma!;
40.. Ter somente quem você deseja por perto;
41.. Fazer o que desejar com sua placenta: comer, usar como adubo para árvores, etc...
42.. Não ter avaliação de colo uterino depois do parto;
43.. Não ter ninguém te falando para tomar vitaminas, por está com cara de atropelada (depois de ficar a noite inteira em TP, alguém fica pronta pra uma festa?)
44.. "Vacinação/Imunização" natural no momento da passagem do bebê pelo canal vaginal. Explico: o bebê vive por nove meses em um ambiente estéril e, ao nascer de parto normal, recebe anticorpos da mãe. Assim ele já chega ao mundo imunizado. Já com a cesariana o bebê passa de um ambiente estéril para as mãos dos médicos etc., sem essa proteção natural da mãe...
45.. A compressão do canal vaginal espreme o bebê, mal comparando, como uma bucha, sai líquido pelos ouvidos, narinas. Ele já nasce sequinho, pronto para respirar.
46.. Psicólogos afirmam que o "trabalho" de parto é um processo de esforço importante para o bebê, um despertar de traços como perseverança, garra, vontade. O bebê não é passivo no parto normal, é ativo.
47.. O processo do parto desperta uma cadeia de reações hormonais (é o bebê que manda mensagens para o cérebro da mãe, e este desencadeia as reações hormonais do trabalho de parto) responsáveis pela descida do leite, pela diminuição do tamanho do útero para que volte ao normal e outros tantos efeitos. É um processo perfeito.
48.. A capacidade de entrar em contato com nossos medos e dores é trabalhada. Vivemos num tempo em que isso é visto como indesejável e há toda sorte de artifícios para se evitar o medo e a dor. Só que essa fuga trouxe para as pessoas apenas inabilidade, porque os sentimentos dolorosos não deixaram de existir na vida de ninguém.
49.. A maturação final do pulmão do bebê acontece durante o processo de trabalho de parto.
50.. Num parto normal você se conecta com as energias da natureza. Sabe o que isso significa? Não? Talvez tenhas que passar por esta experiência.

Por Dr. Ricardo Jones (obstetra, ginecologista e homeopata)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

As Curiosidades da Partolândia !

Curiosidades da Partolândia I:
Não existe dilatação de “5 dedos”. A dilatação se mede com 1 dedo, 2 dedos e a partir disso são centímetros, pois não dá para colocar 3 dedos, 4 dedos.. até dá, mas não é bonito. Então a dilatação vai em 1 dedo, 2 dedos, 3 cm, 4 cm… até 10 cm.

Curiosidades da Partolândia II:
O que dilata é o colo do útero, aquela estrutura que fecha do útero e mantem o bebê lá dentro por 9 meses. É lá que a gente mede a dilatação. Depois disso, no canal do parto, vem só tecido elástico, que não precisa dilatar para o nascimento, mas sim “esticar”.

Curiosidades da Partolândia III:
Quando a bolsa se rompe, o bebê continua produzindo líquido amniótico através da urina, e sua cabecinha faz uma “rolha” que veda o colo do útero provisoriamente. Assim, ele sempre terá líquido amniótico ao seu redor! Não à toa que um bebê que nasce com bolsa rompida há muito tempo, frequentemente ainda vem numa torrente de água!

Curiosidades da Partolândia IV:
Não existe bebê que ficou mal porque “bebeu água do parto” ou porque “engoliu mecônio”. Bebês bebem água do parto durante metade da gestação, o tempo todo. E o mecônio é uma substância estéril e sem risco para o tubo digestivo. O perigo é a aspiração profunda de mecônio, porque obstrui os alvéolos. Já o líquido aspirado não chega a ser um problema importante.

Curiosidades da Partolândia V:
Todos os bebês nascem roxos, porque dentro do útero eles vivem o tempo todo com essa cor, sendo o útero um ambiente de baixa oxigenação. Só quando nasce e respira é que ele vai começar a ficar cor de rosa aos poucos. Portanto quando disserem “você passou da hora, tanto que nasceu roxo na cesárea”, desconfie do 171 obstétrico. Bebês nascem roxos, todos!

Curiosidades da Partolândia VI:
Todos os bebês têm algum nível de icterícia fisiológica, aquele amarelo na pele e olhos. Eles nascem com excesso de hemáceas, que ao serem degradadas produzem a bilirrubina, substância amarela. Aos poucos o fígado metaboliza e a cor da pele vai voltando ao normal. São raríssimos os casos de icterícia patológica que requerem banho de luz. A imensa maioria dos bebês internados nas UTIs neonatais privadas estão lá ajudando a pagar o equipamento, só isso.

Curiosidades da Partolândia VII:
O cordão umbilical não precisa ser cortado em nenhum momento específico. Se a família quiser, pode esperar a hora do banho da mãe, ou da pesagem do bebê. Se o bebê nasce na rua ou em casa, é para deixar o cordão ligado. O cordão não faz mal ao bebê! Não tenha pressa!

Curiosidades da Partolândia VIII:
A gravidez humana dura EM MÉDIA 38 semanas a partir da concepção ou 40 semanas a partir da última menstruação. Quando falamos que a gestante está de 28 semanas, estamos contando da menstruação. Se fôssemos falar a partir da concepção, diríamos 26 semanas. A contagem em mês é artificial e aleatória. Com 28 semanas tem gente que chama de 7 meses, tem gente que chama de 6 meses, tem gente que chama de 6,5 meses. Contagem em meses não serve para nada.

Curiosidades da Partolândia IX:
Apgar é uma nota que se dá ao bebê quando ele nasce. Não precisa fazer nada, só observar o bebê. A primeira nota se dá com 1 minuto de vida e não tem significado algum. A segunda nota se dá com 5 minutos de vida e diz mais ou menos as condições do recém nascido naquele momento. Qualquer nota acima de 7 no quinto minuto já é uma nota ótima. A nota do primeiro minuto não é levada em consideração em nenhum tipo de levantamento. É só para divertir a audiência.

Curiosidades da Partolândia X:
A medida do comprimento do recém nascido não serve para nada, o bebê sempre está encolhido, então não dá para medir. Só serve para a diversão da galera, e não entra em nenhum levantamento de saúde. Nem entra na DNV, declaração de nascido vivo. É que nem medir o bíceps de um menino de 8 anos para saber se ele é forte. Se 3 pessoas medirem o recém nascido, teremos 3 medidas diferentes. A única medida que tem função é o peso.

Curiosidades da Partolândia XI:
O cordão umbilical é preenchido de uma geléia elástica que faz com que ele seja praticamente “incomprimível”, mantendo assim os vasos sanguíneos bem protegidos. Por isso que em situações normais, circulares de cordão (seja quantas forem), não tem qualquer significado!

Curiosidades da Partolândia XII:
Na imensa maioria das situações, quem determina a entrada em trabalho de parto é o bebê. Quando seu pulmão (último órgão a amadurecer) fica pronto, começa a produzir surfactante, que cai no líquido amniótico e provoca uma reação em cadeia que faz a mulher entrar em trabalho de parto. Portanto quando a mulher não está em trabalho de parto significa que o bebê não está maduro, simples assim. Para entrar em trabalho de parto, não adianta escalda pé, acupuntura, comida apimentada e escrever cartas. O que adianta é pedir pro bebê produzir logo um pouco de surfactante!

Texto escrito pela Ana Cristina Duarte, obstetriz que atua em São Paulo.

Seis razões para esperar 6 meses para introduzir sólidos

1. O intestino do bebe precisa estar desenvolvido

Os intestinos são a parte do corpo que filtra, peneirando as substâncias potencialmente perigosas e permitindo os nutrientes saudaveis. Nos primeiros meses, esse sistema de filtracao é imaturo. Entre 4-6 meses o revestimento interno do intestino do bebê passa por um processo de desenvolvimento chamado fechamento, onde o revestimento se torna mais seletivo sobre o que pode ou não passar. Para prevenir que comidas potencialmente alergênicas entrem na corrente sanguinea, os intestinos maturando secretam IgA , uma proteína imunoglobulina que age como uma proteção, recobrindo os intestinos e prevenindo a passagem de alérgenos perigosos. Nos primeiros meses, a produção de IgA é baixo (embora haja muito IgA no leite materno), e é mais fácil assim para que potenciais alergenos entrem no organismo do bebê. Uma vez que moléculas de comidas entram no sangue, o sistema imune pode produzir anticorpos contra aquela comida, produzindo uma alergia ao alimento. Por volta de 6-7 meses de idade, os intestinos do bebê estao maduros e capazes de filtrar os alergenos mais ofensivos. Por isso que é tão importante esperar a introducao de alimentos sólidos particularmente se existe uma historia de alergia alimentar na familia do bebê, o que demonstra uma tendência do bebê desenvolver alergias também, e prestar muita atenção quando oferecer os alimentos aos quais outros membros da familia sao alérgicos.

2. Bebês jovens tem reflexo de propulsão da língua

Nos primeiros 4 meses, a língua tem um reflexo de propulsão para proteger os bebês contra engasgo.

Quando qualquer substância incomum é colocada na língua, automaticamente empurra para fora e não para dentro. Entre 4-6 meses de idade esse reflexo diminue gradualmente, dando ao primeiro cereal ou fruta uma chance de entrar no estômago e não ser rejeitado pelo reflexo da língua. Não somente essa parte inicial do trato digestivo (língua, boca) não está pronta para sólidos, como também a parte final (estômago e intestinos) tambem não estão "prontos".

3. O mecanismo de engolir do bebê é imaturo

Outra razão para não ter pressa na introdução de alimentos sólidos é que a língua e o mecanismo de engolir podem não estar prontos para funcionar juntos.

Dê uma colher de papinha a um bebê com menos de 4 meses, e ele vai mover essa comida ao acaso em sua boca, empurrando um pouco da papinha de volta a faringe onde é engolida, um pouco vai para espaços grandes entre as bochechas e gengivas, um pouco vai pra frente entre lábios e fora para o queixo. Ou seja, o bebê não tem um bom controle da mastigação e a direção para engolir, o que vai ser desenvolvido entre 4-5 meses de idade. Nessa fase o bebê desenvolve a habilidade de mover a comida do começo da boca para o fundo ao invés de deixar a comida flutuar em todo lugar e cuspir boa parte disso. Antes dos 4 meses de idade, o mecanismos de engolir do bebe é feito para trabalhar com sugar, mas não mastigar.

4. Bebês precisam ser capazes de sentar

Nos primeiros meses, os bebês associam comida com carinho. Alimentar-se é uma interação intima, e bebês frequentemente associam o ritual de comer com pegar no sono nos braços ou no peito da mae. A mudança de um peito suave e morno para uma colher fria e dura, pode não ser benvinda com uma boca aberta. Dar papinhas ao bebe é uma maneira mais mecânica e menos íntima de "entregar" comida. Requere que o bebê se sente num cadeirão de comer, uma habilidade que a maioria dos bebês desenvolvem por volta de 5-7 meses. Segurar um bebê na posição tradicional de mamar nao é a melhor maneira de introduzir papinhas, porque seu bebê vai achar que vai ser amamentado (ou tomar mamadeira) e vai achar que algo esta errado e vai provavelmente rejeitar a comida.

5. Bebês novos não são capazes de mastigar

Dentes raramente aparecem antes de 6-7 meses, outra evidência forte de que os bebês muito novinhos são designados para sugar e não mastigar. Nos estágios pré-dentes, entre 4-6 meses, bebês tendem a babar, e a saliva que ele baba é rica em enzimas, que ajudarão a digerir as comidas sólidas que virão em breve.

6. Bebês com mais de 6 meses gostam de imitar pais
ou quem cuida deles:

Por volta dos 6 meses de idade, bebês gostam de imitar o que veem. Eles veem você comer um legume e desfrutar com isso. Eles querem pegar um garfo e fazer o mesmo.

Traduzido por Andréia Mortesen do artigo do dr. Sears:6 reasons to delay introducing solid food
http://www.askdrsears.com/topics/feeding-infants-toddlers/starting-solids/6-reasons-delay-introducing-solid-food

quarta-feira, 28 de março de 2012

Parto com parteira

Especialista em partos normais, essa profissional – que tem formação de enfermeira obstetra ou obstetriz – é cada vez mais requisitada nos grandes centros por mulheres em busca de uma experiência natural e afetiva no nascimento dos filhos. Tudo isso, é claro, sem abrir mão da segurança.

Por Luciana Benatti

“Escolhi ser assistida por parteiras porque parir é natural e fisiológico”, resume a fotógrafa Tatiana , mãe de Tito, que nasceu em casa, em São Paulo, pelas mãos dessas profissionais. Embora ainda constituam um universo pequeno, é cada vez maior o número de mulheres que, assim como Tatiana, trocam o médico pela parteira para acompanhá-las ao longo da gestação e na hora do parto.
“Elas acreditam na força do corpo da mulher. E possuem experiência e sabedoria para acompanhar o parto. Se houver necessidade de apoio médico, serão as primeiras a orientar”, completa Tatiana.

Embora também se intitulem parteiras, as profissionais que atuam hoje em dia nos grandes centros diferem das parteiras tradicionais, que costumam atender em comunidades mais remotas, porque possuem formação acadêmica, ou seja, frequentaram a universidade.
Existem atualmente dois caminhos para se tornar uma parteira urbana (ou parteira moderna) no Brasil: cursar Enfermagem e se especializar em Obstetrícia ou buscar uma vaga no único curso superior de Obstetrícia do país, oferecido no campus da USP Leste, em São Paulo.

Criado por um grupo de enfermeiras obstetras, o curso da USP colocou no mercado 130 obstetrizes desde 2008, ano em que formou sua primeira turma. A principal justificativa para a sua criação foi a necessidade de melhorar a assistência à saúde da mulher. “O curso é uma resposta às demandas sociais por um grande número de profissionais capacitados a promover a saúde da mulher e a prestar assistência humanizada”, reafirmou a coordenadora Nádia Zanon Narchi em março, num debate sobre a contribuição das obstetrizes para o Sistema Único de Saúde, em Guarulhos, SP.

O curso não é exatamente novo: já existiu anteriormente, na década de 1960. Vinte anos mais tarde, as obstetrizes praticamente sumiram do mercado. Na época, não havia a opção pelo parto em casa e, nos hospitais, elas perdiam a função, relegadas a trabalhos burocráticos, sem poder atender partos.

A parteira é, por definição, aquela que está ao lado da mulher durante o parto. Em inglês, a palavra midwife vem de “with woman”, literalmente “com a mulher”. E é aqui que se estabelece uma diferença fundamental entre o cuidado médico e o cuidado das parteiras: quem está no controle.

“Elas acreditaram desde o primeiro segundo que eu poderia parir, que era capaz”, conta a advogada Regiani, que procurou as parteiras na gravidez do segundo filho. O primeiro havia nascido por cesárea. “Elas nos guiaram nesse resgate de estima, de confiança. Nos colocaram frente a uma emoção que todas as mulheres e suas famílias deveriam ter a oportunidade de sentir”, relata ela sobre a experiência.

“Os elementos-chave no modelo da parteira são normalidade, facilitação de processos naturais (com um mínimo de intervenções, todas com base em evidências científicas), e o empoderamento da parturiente”, descreve o médico e cientista americano Marsden Wagner, ex-diretor de saúde da mulher e da criança da Organização Mundial da Saúde no livro Born in the USA (ainda sem tradução para o português). Segundo ele, assumindo o papel de facilitadoras, as parteiras acalmam e encorajam a mulher em trabalho de parto. “Obstetras, por outro lado, normalmente tentam colocar o parto sob o seu próprio controle, passando por cima de processos naturais com drogas e procedimentos médicos e dando ordens”, descreve.

É essa forma de olhar para a gravidez e o parto, focada na normalidade ao invés da doença, no protagonismo da mulher ao invés de sua infantilização, na informação ao invés do medo, nos processos fisiológicos ao invés dos procedimentos médicos que as mulheres procuram ao escolher as parteiras. Para elas não há dúvida de que o parto não é um “ato médico”, mas um ato da mulher.

Informação de mulher para mulher

“Ao conhecer nosso trabalho, muitas mulheres dizem: ‘Isso é o que eu sempre quis, mas não sabia que existia. Sempre pensei em ter filhos assim, mas achava que em São Paulo não havia essa possibilidade’”, conta a parteira Márcia Koiffman, enfermeira obstetra que acompanha partos domiciliares e hospitalares em São Paulo. Segundo ela, as mulheres costumam se informar sobre o trabalho das parteiras por meio de sites e listas de discussão na internet, de amigas que passaram pela experiência ou de relatos ouvidos nos grupos de gestantes voltados ao parto humanizado.

No Brasil, a habilitação legal das enfermeiras obstetras e obstetrizes permite atender o parto normal de baixo risco, seja em casa ou no hospital. Nas maternidades particulares, embora não sejam autorizadas a assumir uma paciente, podem atender como parte da equipe médica. Já nos hospitais públicos é comum encontrá-las atendendo partos. De qualquer forma, seja em casa ou no hospital, parteiras sempre trabalham em equipe. Em caso de complicação, o médico é acionado. Nos partos domiciliares, embora não esteja fisicamente presente, há sempre um obstetra na retaguarda.

O acompanhamento das parteiras começa no pré-natal, com consultas de avaliação dos aspectos físicos e conversas sobre questões emocionais da gravidez. A gestante pode optar por alternar as consultas com a parteira e o médico ou fazer todo o pré-natal com a parteira. É durante o pré-natal que se identifica se a gestação é de risco. Parto em casa só é opção para gestantes de baixo risco.

Métodos naturais de alívio da dor

“Parto em casa é só parto natural, sem nenhuma intervenção”, explica Marcia Koiffman, que nos últimos sete anos já atendeu cerca de 200 partos domiciliares planejados. Para o alívio da dor, são usadas medidas de conforto como massagens, banho de água quente e mudanças de posição. “Acompanhamos o processo bem de perto. Se identificamos alguma situação que precise de intervenção com drogas, providenciamos uma transferência, e o parto termina no hospital”, explica Márcia, que atende em dupla com a parteira Priscila Colacioppo, também enfermeira obstetra.

O fato de todos esses partos domiciliares serem planejados, melhor muito os resultados. Segundo Márcia, a grande maioria dos partos em casa atendidos por elas – cerca de 90% – terminou em casa mesmo. Cerca de 10% começaram em casa e terminaram no hospital, boa parte deles pelo mesmo motivo: um trabalho de parto muito prolongado em que a mulher decide ir para o hospital para poder contar com a ajuda da anestesia. “Ir para o hospital não quer dizer cesárea. O processo continua no hospital, com o acompanhamento conjunto do médico e das parteiras, e muitas vezes termina em parto normal”. A taxa de cesárea entre as mulheres atendidas pela dupla é de cerca de 4%. Se houver necessidade de cesárea, ela será feita, é claro, pelo médico. Parteiras não realizam nenhum procedimento cirúrgico, o que inclui os partos com uso de fórceps e vácuo-extrator.

Uma demanda crescente, mas ainda pequena

O movimento internacional pela volta das parteiras ficou mais forte no Brasil a partir do ano 2000, quando ganhou força por aqui o movimento de humanização do parto e, junto com ele, a demanda pelo parto domiciliar. O movimento cresceu e a procura pelo parto domiciliar com parteira também, a ponto de profissionais mais experientes, como Márcia e Priscila, não darem conta de atender todas as mulheres que as procuram. No entanto, as taxas de cesárea no Brasil continuam subindo. No ano passado, o número de partos cirúrgicos superou pela primeira vez o de partos normais, chegando a 52% do total. Conveniência?

“Um médico consegue fazer quatro ou cinco cesarianas num dia, ele pode reservar na agenda um dia só para operar. Já a parteira tem de estar sempre disponível, pois nunca sabe quando o parto vai acontecer. Eu trabalho bem com quatro a cinco partos domiciliares por mês. Parto natural é um trabalho que não combina com volume”, diz Márcia. E mais: o trabalho da parteira não termina com o parto. “O pós-parto é um período muito importante”, afirma Márcia. Nos primeiros dias de vida do bebê, a parteira vai até a casa da família para as consultas pós-parto e dá um suporte à mãe até que a amamentação se estabeleça.

Embora esta ainda não seja uma tendência significativa em termos estatísticos, o parto domiciliar em grande centros começa a aparecer em documentos oficiais. O mais recente Boletim CEInfo, que traz a análise do perfil dos nascimentos em São Paulo, assinalou um aumento no número de partos domiciliares na cidade entre 2001 e 2010. E mais: ressaltou que, embora a maioria desses partos ainda ocorra de forma não planejada, 16,5% do total (o equivalente a 95 nascimentos) resultaram de uma escolha da mulher, que optou por receber em casa a assistência de profissionais habilitados.

No modelo de assistência ao parto que predomina no Brasil, em que não é oferecida às gestantes a possibilidade de participar das decisões referentes ao nascimento de seus filhos, a escolha de mulheres como Tatiana e Regiani, que deram à luz com a assistência de parteiras, é um caminho possível para as mulheres que desejam ter voz ativa e retomar seu papel principal na hora do parto.

Por Casa Moara